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Universidade Federal de Goiás
asma

Asma: causas, tratamento e prevenção

Em 19/06/20 10:41. Atualizada em 19/06/20 12:27.

Próximo ao Dia Nacional de Combate à Asma, médica pneumologista do HC-UFG, Amanda da Rocha Oliveira Cardoso, fala um pouco sobre a doença

Doença comum, que acomete 10 a 20% da população, a asma é o tema da entrevista com a médica pneumologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), hospital vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Amanda da Rocha Oliveira Cardoso. Vale a pena conferir.

21 de junho: Dia Nacional de Combate à Asma

O que é a asma e quais as suas principais formas de manifestações?

Asma é uma doença crônica que provoca inflamação e estreitamento dos brônquios – os tubos que conduzem o ar inalado até os pulmões. É uma doença comum: acomete 10 a 20% da população.

Os sintomas mais frequentes em quem tem asma são: chiado no peito, sensação de aperto no peito, tosse e dificuldade para respirar. Esses sintomas podem ocorrer de forma periódica, em crises, e variam em gravidade e frequência de pessoa para pessoa.

Vários fatores podem provocar sintomas ou uma crise de asma, tais como:

  • doenças virais, por exemplo, resfriado comum;
  • exercícios físicos (mas eles não são proibidos para quem tem asma!);
  • condições climáticas, como temperaturas frias, tempo seco;
  • fatores emocionais (ansiedade);
  • alguns medicamentos (por exemplo, anti-inflamatórios e beta bloqueadores, comumente usados para tratamento de hipertensão arterial ou glaucoma);
  • alérgenos e irritantes ambientais (por exemplo, poeira domiciliar, mofo, ácaros, animais, principalmente cães e gatos);
  • exposição a tabagismo ativo ou passivo;
  • alérgenos alimentícios, em pessoas que são alérgicas a alguns alimentos.

 

Quais as causas da doença?

Há vários fatores que determinam o aparecimento da asma. Entre eles, fatores genéticos e obesidade, e fatores externos, como tabagismo, infecções respiratórias, poluição ambiental, exposição a alérgenos e inalação de poeiras.

Na infância, a doença é mais comum no sexo masculino, mas na fase adulta, ela é mais prevalente nas mulheres. A ciência ainda não consegue explicar porque isso acontece.

A asma também pode se manifestar em qualquer idade, desde crianças pequenas a idosos. Muito comumente, crianças podem ter remissão da doença, mas ela pode voltar a manifestar-se na idade adulta.

Importante lembrar: a asma pode ser herdada dos seus pais, mas não é uma doença contagiosa.

 

Qual a forma mais adequada de diagnosticar a asma?

O diagnóstico de asma é feito por um médico através da análise dos sintomas, sendo necessária a realização de um exame que avalie a função pulmonar (espirometria ou prova de função pulmonar), que documenta a obstrução dos brônquios.

A maioria dos casos de asma são leves e podem ser acompanhados por um médico generalista ou médico de família. Alguns quadros são graves e necessitam de avaliação e acompanhamento por médico especialista, o pneumologista. Em algumas condições, podem ser necessários exames laboratoriais, exames de imagem, como radiografia ou tomografia de tórax, para melhor avaliação da doença. A maioria dos exames necessários para diagnóstico e acompanhamento da asma são cobertos pelo SUS. Em outras situações, a pessoa precisará ser avaliada por outros especialistas para avaliação de doenças comumente relacionadas a asma, como refluxo gastroesofágico, sinusite crônica, depressão e ansiedade.

O HC-UFG atende pacientes asmáticos de todo o estado de Goiás nos ambulatórios de pneumologia geral e em ambulatórios específicos para tratamento de asma, inclusive pacientes asmáticos graves, no Centro de Referência em Asma Grave.

 

Como é feito o tratamento da asma?

Não há cura para asma, mas há medicamentos seguros e eficazes para o controle da doença. Sabemos que a asma está controlada se a pessoa não apresenta sintomas durante o dia ou a noite, se os sintomas não atrapalham a prática de exercícios físicos ou interferem no sono, e se a pessoa não necessita do uso frequente de medicações para alívio dos sintomas (broncodilatadores).

O tratamento da asma depende da intensidade dos sintomas apresentados. Alguns medicamentos são usados apenas para alívio dos sintomas e outros para o controle da doença, e devem ser usados diariamente. Hoje, há medicamentos que podem ser usados tanto no controle quanto no alívio dos sintomas. Mesmo pacientes que apresentam doença leve, muitas vezes precisarão usar os remédios todos os dias, a fim de evitar crises de asma, perda de função pulmonar ou piora da doença ao longo da vida.

As medicações usadas no tratamento são por via inalatória, conhecidas como “bombinhas”, que são seguras e não viciam. Há vários tipos de dispositivos inalatórios, sendo essencial que o paciente receba orientação e treinamento para seu uso.

Muitos medicamentos são compostos por corticoide inalado, considerado essencial no tratamento da asma. Em doses usuais, eles não provocam ganho de peso, mas podem causar rouquidão ou monilíase (sapinho) na boca, por isso é importante lavar e enxaguar bem a boca após o uso deles.

O SUS disponibiliza gratuitamente medicamentos para o tratamento da asma por meio das farmácias credenciadas ao Programa Aqui Tem Farmácia Popular, e da Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa.  

Uma pequena parcela dos pacientes asmáticos apresenta doença mais grave e pode não alcançar o controle da doença mesmo com uso adequado dos medicamentos inalados, devendo ser avaliados pelo pneumologista de forma criteriosa, para avaliação de potencial benefício por medicamentos injetáveis, conhecidos como biológicos.

 

Quais as principais formas de prevenção da asma?

Além do uso regular dos medicamentos, é importante evitar os agressores que podem provocar crises de asma, o tabagismo, e exposições ambientais. A prática de exercícios físicos é muito importante para o asmático. A pessoa pode escolher o exercício ou esporte da sua preferência e que melhor se adapte à sua rotina. Nenhum alimento é proibido, a não ser que a pessoa tenha alergia específica. Importante também manter o peso dentro da faixa normal, pois a obesidade pode piorar os sintomas da asma, e tratar outras doenças que interferem no controle da asma, como rinite, refluxo, ansiedade, apneia do sono.

Em caso de crise, o paciente deve fazer uso das medicações prescritas para alívio dos sintomas (broncodilatadores e algumas vezes corticoide por via oral por alguns dias). Algumas crises podem ser graves. Então, se o paciente está fazendo uso de broncodilatadores na crise e não apresenta melhora da falta de ar, deve procurar sem demora um serviço de pronto atendimento. Em algumas ocasiões, pode ser necessário internação hospitalar.

Infelizmente, apesar da disponibilidade de medicamentos seguros e eficazes para o controle da asma, muitas pessoas sofrem frequentemente com sintomas de doença e aproximadamente 3 pessoas ainda morrem diariamente por asma no Brasil.

Nesse momento, diante da pandemia da COVID-19, ressaltamos que, de acordo com os consensos de especialistas, pessoas com asma não são mais propensas a contrair o vírus, no entanto, asmáticos mais graves apresentam maior potencial de agravamento da COVID-19, caso adoeça. Portanto, salientamos a importância de não interromper o tratamento da asma, que é a medida mais eficaz para prevenir sintomas e crises de asma.

 

Ascom HC-UFG/Ebserh

Fonte: Ebserh

Categorias: entrevista Institucional

URL relacionada: http://www2.ebserh.gov.br/web/hc-ufg/noticias/-/asset_publisher/mUhqpXBVQ6gZ/content/21-de-junho-dia-nacional-de-combate-a-asma?_101_INSTANCE_mUhqpXBVQ6gZ_redirect=%2Fweb%2Fhc-ufg%2Fnoticias