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Universidade Federal de Goiás
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Conheça estudo sobre o distanciamento social intermitente

Em 06/07/20 13:44. Atualizada em 03/07/22 17:20.

Nota Técnica 7 defende que ações de isolamento devem se somar a avaliação dos serviços de saúde e diagnóstico de casos suspeitos por parte das autoridades de saúde

Caroline Pires

 

O grupo de Modelagem da expansão espaço-temporal da Covid-19 em Goiás da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou hoje, 6/7, a Nota Técnica 7, que apresenta uma atualização das projeções de avanço da doença no estado de Goiás até o dia 31 de agosto. As análisea dos cenários projetados apontam um pico nas demandas hospitalares e em número de óbitos na segunda quinzena de julho. O documento ressalta contudo que os cenários são bastante variáveis dependendo das estratégias adotadas por cada município do Estado de Goiás. 

As projeções apresentadas pelo estudo indicam que a estratégia intermitente de implementação de medidas de distanciamento social rigorosas a cada 14 dias (atingindo isolamento médio de 50-55% neste período), seguidos de 14 dias com flexibilização das medidas (retornando o isolamento a níveis de 38% neste período) será eficiente para reduzir o impacto da Covid-19 em Goiás. Somada a essa estratégia, a nota técnica defende também a estratégia de vigilância de rastreamento e isolamento de contatos de casos confirmados, o que resultará em redução da hospitalização e óbito no estado.

Os pesquisadores ressaltam que as projeções do estudo são ajustadas ao longo do tempo baseadas em inúmeros aspectos clínicos, imunológicos e epidemiológicos da COVID-19 que vão sendo desvendados ao longo de pesquisas simultâneas que estão sendo realizadas em todo o mundo. “De acordo com a OMS é necessário um trabalho em três frentes: redução da transmissão da doença por um período sustentado, avaliação dos serviços de saúde quanto à demanda e a capacidade diagnóstica de indivíduos suspeitos”, explica o professor José Alexandre Diniz Filho (ICB/UFG).

 

Projeções já realizadas

Nesta Nota Técnica 7, os pesquisadores fizeram ainda uma revisão dos estudos que já foram divulgados pelo grupo. Segundo o texto, quando se considera variáveis como, por exemplo registro em cartórios e divergências de dados entre Secretarias municipais e estadual de saúde, pode-se considerar que o número de 525 mortes pela doença de 30 de junho seja cerca de 15% a 30% menor do que o número real de óbitos, que deve variar entre 600 a 750 mortes. O estudo alerta ainda que devem se observado o aumento no número de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que, em parte, podem ser casos não-identificados de COVID-19. 

Quando avaliada as projeções da NT1, divulgada no início da pandemia com a sequência de eventos vivida pelo Estado nos meses de maio de junho, percebe-se a sua adequação considerando o número médio de transmissões indicadas a partir do isolamento social que efetivamente aconteceu nos meses seguintes: 

  • 50o morte: projetada entre 30 de abril e 25 de maio; acontecendo em 1 de maio;
  • 100o morte: projetada entre 16 de maio e 9 de junho, ocorrida em 14 de maio;
  • 200o morte: projetada entre 31 de maio e 19 de junho, ocorrida em 31 de
  • maio;
  • 300o morte: projetada entre 8 e 24 de junho, ocorrida em 10 de junho;
  • 400o morte: projetada entre 13 e 28 de junho, ocorrida em 17 de junho.

 

Defesa da ciência

O grupo de pesquisadores da UFG atua desde abril deste ano comprometido com a geração de evidências com o objetivo de subsidiar a tomada de decisão e de políticas e estratégias de saúde, com transparência, nos valendo de metodologia científica e cientes das inerentes limitações do processo científico. A UFG segue defendendo que as sociedades que se valem da pesquisa científica estarão melhor equipadas para enfrentar a pandemia.

Confira o estudo na íntegra

 

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Saúde ICB IPTSP