O projeto Politizar da UFG ganhou o prêmio de Advocacy para Agenda 2030, financiado pela União Europeia. O termo "Advocacy" representa as estratégias que grupos de interesse da sociedade civil podem se utilizar para terem suas demandas atendidas pelos poderes públicos. A premiação fez parte do curso sobre Advocacy, organizado pela ONG ACT Promoção da Saúde e pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil sobre a Agenda 2030, com financiamento da União Europeia.

Durante o curso, foram tratadas questões sobre a representatividade de interesses ligados aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Docentes e discentes da Universidade Federal de Goiás (UFG) vinculados ao projeto Politizar participaram do curso. Como estímulo à prática, foi oferecido um prêmio de R$ 1.500,00 para o Plano de Advocacy que tivesse mais votos. Anunciado na última terça-feira (28/7), o  vencedor foi o plano apresentado pela coordenadora do Programa de Extensão Politizar da UFG, professora Laís Forti Thomaz sobre "Assistência de Saúde às Comunidades Tradicionais de Goiás".

O tema proposto tem sido trabalhado pelo Politizar, que além de oferecer treinamento e simulação das práticas do processo legislativo na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e na Câmara Municipal de Goiânia, tem se dedicado a uma série chamada "Tradicionais", com objetivo de dar maior visibilidade às comunidades indígenas e quilombolas. “Foi justamente ao ouvir os depoimentos dos membros de tais comunidades que surgiu a ideia de elaborar este plano e para que pudéssemos contribuir para que sejam elaboradas políticas públicas que auxiliem essas comunidades que estão mais vulneráveis nesse momento de pandemia”, afirmou professora Laís.

De acordo com a professora, o esforço e apoio dos membros de sua equipe de estagiários Higor Torres, Valéria Oliveira, André Cançado e Bruno Roque, bem como dos docentes Diego Magalhães e Rafael Bittencourt, e de colaboradores externos à UFG, como Ludmilla Cabral, foram fundamentais para o resultado final. Segundo Laís, "o Politizar tem uma função específica: aproximar a sociedade do poder público. Essa atividade é um tipo de advocacy que visa capacitar as pessoas para defenderem seus interesses e se sentirem representados. Esse prêmio será totalmente revertido para o auxílio dessas comunidades e buscaremos junto às lideranças implementar as ações propostas que os ajudem ainda mais".

Higor Torres, 22 anos, é aluno da UFG do curso de Publicidade e Propaganda, é da Comunidade Quilombola e teve participação na concepção do projeto. "Pertenço a comunidade Quilombola Vão de Almas, que faz parte do maior quilombo rural do Brasil, o Quilombo Kalunga. Desde a minha infância, percebi a falta de direitos básicos, saneamento, problemas de locomoção para a cidade, dentre outras questões. Hoje como estudante e coordenador de Comunicação do Politizar Goiânia, tenho mais oportunidades de poder contribuir com essas questões para as Comunidades Tradicionais de Goiás”, afirmou o estudante.

A premiação foi comemorada pelo reitor da UFG Edward Madureira. "Este prêmio é uma importante conquista e reforça o compromisso do Politizar e da UFG com a sociedade goiana, principalmente no apoio e desenvolvimento das comunidades mais vulneráveis".  A diretora da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Izabela Tamaso, também expressou o reconhecimento deste resultado: "É um orgulho para a Faculdade de Ciências Sociais que o Projeto Assistência de Saúde às Comunidades Tradicionais de Goiás tenha conquistado o primeiro lugar. O Politizar tem alcançado resultados que honram a história da FCS: de luta pela justiça social, fortalecimento da democracia e defesa dos grupos vulneráveis. Estamos muito felizes. Que seja o primeiro de muitos prêmios".