Carolina Melo

O acadêmico de Arquitetura da Regional Goiás da Universidade Federal de Goiás (UFG), Hitalo Ferreira Montefusco, criou uma Estação Meteorológica de baixo custo e com software livre. O equipamento é capaz de medir a temperatura, a umidade relativa do ar e possui sensor de radiação de raios ultravioletas e de pressão atmosférica. O projeto é um desdobramento da pesquisa sobre o uso de microcontroladores de baixo custo em edificações históricas, orientada pelo professor Pedro Gonçalves, do Laboratório de Ambiente.

Aluno de iniciação científica, Hitalo conta que precisou de no máximo R$ 150,00 para conceber a Estação, que utiliza a tecnologia de Arduíno. “Quando montamos o conjunto de sensores, vi que faltava pouco para ser uma estação climatológica. Então, verificamos os dados que uma estação informa, tendo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) como referência”, conta. O kit de medição de dados de conforto foi instalado no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), na Cidade de Goiás. E a Estação, inicialmente, ficou situada nas mediações da Faculdade de Arquitetura, onde, inclusive, também fica localizada uma Estação Meteorológica comercial, que, no entanto, custa no mercado cerca de R$30 mil.

Enquanto acadêmico de Arquitetura, Hitalo Montefusco pensou o equipamento para auxiliar nos projetos de edificações, de forma a adequar o conforto térmico das construções ao clima de cada região. “Houve uma mudança na normativa em 2018 que passou a exigir residências dentro do parâmetro de conforto”, diz. De acordo com o estudante, a diversidade de climas do Brasil - quente úmido no Norte, frio seco no Centro-Oeste, frio úmido do Sul, por exemplo - sugere métodos construtivos diferentes. “Isso sem falar nos microclimas. Porém, de norte a sul utilizamos o tijolo de seis furos e argamassa”. 

No entanto, o seu projeto pode beneficiar não só a área da Construção Civil. Por ser de baixo curso e acessível, a Estação Meteorológica pode ser utilizada em escolas, em pesquisas e, com as devidas adequações, até no ambiente rural. “A nossa estação é mais barata, menor e utiliza software livre. Damos ênfase nos programas livres para incentivar o acesso e a pesquisa”, afirma Hitalo. De acordo com o acadêmico, a próxima etapa do projeto é comparar os dados da Estação Meteorológica regional, criada por ele, com os do INMET.