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Universidade Federal de Goiás
Ana Mae Palestra

Arte que salva vidas

Em 30/10/20 11:02. Atualizada em 30/10/20 11:30.

I Congresso Internacional discute a importância artística e cultural para a sociedade

Mariana Machado 

A palestra de abertura do Congresso Internacional Online entre Arte, Cultura, e Educação foi ministrada pela educadora e professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP), Ana Mae Barbosa e teve como temática “Arte e consciência ecológica”. Durante o encontro que ocorreu na terça-feira (27/10), a professora afirmou que “nestes tempos terríveis de pandemia, a questão do envolvimento, produtividade e cuidado circulou entre” as pessoas que trabalham com Arte e Cultura. Ela ressaltou que um problema que a aflige é a destruição do meio ambiente, das matas e dos animais que nelas habitam. “Desde 1978 venho me envolvendo com projeto de conscientização acerca da ecologia através da arte e do design”, ponderou Ana Mae. 

Durante a palestra, Ana Mae fez a apresentação de dois projetos ecológicos da Amazônia. O primeiro trabalho foi feito com artesãos e artesãs de uma cidade próxima a capital paraense, chamada Benevides. De acordo com a professora, o trabalho em Benevides se baseia numa leitura contextual do meio ambiente com os artesãos. Já o segundo, foi feito na Ilha de Marajós, a maior ilha fluvial do mundo na foz do Rio Amazonas e um dos berços da cultura brasileira. Os artesãos de marajós trabalhavam principalmente com a cerâmica e as artes produzidas por eles eram baseadas no meio em que viviam.

A professora ainda destacou que sua preocupação principal é a ecológica. Para ela, é fundamental a preservação da natureza. “É preciso encontrar exemplos positivos que salvem a ecologia da natureza e a ecologia humana”, afirmou Ana Mae.

Importância

Para a diretora da Faculdade de Educação (FE), professora Lueli Duarte, a temática do evento é extremamente importante e oportuna o entrelaçamento entre esses três processos: arte, cultura e educação. “Eu diria que Educação realmente não funciona sem Arte e sem Cultura”, ponderou a diretora.

Na avaliação da coordenadora do Congresso, Fernanda Cunha, a importância de discutir essa temática do evento ganhou ainda mais relevância após o Ministério da Cultura ter sido extinto por meio do Decreto 9.674, de 2 de janeiro de 2019. A Cultura deixou de ser Ministério e passou a operar como uma Secretaria subordinada. “Sem Ministério da Cultura, com a exclusão que se avança no ensino das artes na escola, as autoridades educacionais e políticas que têm a caneta que assinam, são as mesmas autoridades que assinam a reinclusão. Devolvam as possibilidades e caminho da arte, cultura e educação plena para a sociedade”, argumentou Fernanda Cunha. 

A coordenadora ainda defendeu que não é possível existir educação plena culturalmente sem arte nas escolas. “Na arte está a inovação em todos os segmentos da vida, quanto menos a pessoa vive arte na escola, mais isso afeta a estética de uma sociedade”, disse ela. Além disso, Fernanda Cunha explicou que é urgente que a arte seja ensinada por professores e professoras em todas as escolas brasileiras. “A arte não pode ser excluída, não pode ficar somente para os ricos nas escolas dos mais favorecidos” pontuou. 

Devido a pandemia, as atividades do evento estão sendo realizadas de forma remota. A coordenadora do congresso destacou sobre os desafios para a realização dele nesse modo. “Não tínhamos experiência em como fazer o congresso online”, afirmou Fernanda. Além disso, a coordenadora também destacou que a pandemia tem se apresentado para toda a sociedade explicitando a relevância da arte na vida das pessoas. “A arte vem salvando vidas em tempos de coronavírus”, reiterou ela.   

Para a pró-reitora de Extensão e Cultura, Lucilene Maria, apesar do contexto de tamanha insegurança e instabilidade causado pela pandemia, a arte, cultura e educação seguem demonstrando a capacidade de trazer renovação e ressignificar espaços.

Participações 

Compuseram a mesa virtual o reitor Edward Madureira, a pró-reitora de extensão e cultura Lucilene Maria, o diretor da Emac, Eduardo Meirinhos, a diretora da Faculdade de Educação, Lueli Duarte, o diretor da FEFD, professor Mário Hebling,  a coordenadora do evento, professora Fernanda Cunha, o diretor do Cepae, Alcir Silva, e a professora convidada titular da Universidade de São Paulo (USP), Ana Mae. 

O congresso ocorrerá até o dia 30 de outubro. O evento é uma parceria com a Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC), Faculdade de Educação (FE), Faculdade de Educação Física e Dança (FEFD) e o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Confira a programação

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Humanidades Emac FE FEFD Cepae