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Universidade Federal de Goiás
coronavirus

Pandemia precisa ser vista do ponto de vista sociológico e não só da saúde

Em 04/11/20 18:42. Atualizada em 04/11/20 18:55.

Negacionismo também foi apontado como um dos responsáveis pelo aumento do número de óbitos no país

Mariana Machado


A Pandemia precisa ser vista do ponto de vista sociológico e o negacionismo tem contribuído para o aumento do número de óbitos. Essas foram algumas das conclusões da mesa de abertura da 31ª Semana do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG) que teve início no dia 3/11. A mesa foi composta pelo diretor do Instituto Butantan, Paulo Monteiro e pelo professor da Faculdade de Educação da Universidade Paulista (FE/USP), Nélio Bizzo e teve como temática “Saúde e meio ambiente: o papel ativo e formativo do ser humano”. Durante a webconferência, os convidados palestrantes abordaram sobre os conceitos múltiplos de saúde, abordagens, aplicações e desafios além de apontar questões ambientais de forma crítica.

mesa biologia
A mesa de abertura foi mediada pela professora da UFG Adda Echalar e a estudante Carolina Canettieri

A temática ganhou ainda mais relevância devido ao contexto atual de pandemia vivido pelo Brasil e por diversos países. Paulo Monteiro afirmou que tratar a pandemia como um fenômeno sociológico é muito mais amplo do que a própria doença em si. Para o professor Nélio Bizzo, estamos vivendo paradoxalmente um onda de negacionismo científico. “Por negar a importância e a gravidade dessa doença, se deixou então que morresse muitas pessoas”, afirmou ele.
O diretor Paulo Monteiro e o professor Nélio Bizzo apresentaram dados sobre como o covid-19 tem afetado de formas diferentes a população brasileira. Os dados demonstraram que a doença tem matado os mais pobres. “Infelizmente nós sabemos que essa doença apesar de ter chegado na primeira classe do avião, fez o maior número de vítimas na periferia das grandes cidades, nos lugares mais pobres, nos lugares onde as pessoas têm as habitações mais precárias, onde há problemas de saneamento básico e o Estado não provê os equipamentos básicos a que todos temos direito”, argumentou o professor.

Sobre saúde
O Sistema Único de Saúde (SUS), em seus marcos filosóficos e organizativos, tem por pressuposto que a saúde individual e coletiva é determinada por fatores sociais e ambientais. Existe um consenso sobre a importância atribuída aos aspectos sociais e ambientais e seus efeitos na saúde. De acordo com a OMS (2008) citada por Paulo Monteiro, as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem, incluindo o sistema de saúde, são fatores determinantes. “Nos parece óbvio atualmente que essas condições ainda são determinantes na situação de saúde das pessoas”, ponderou ele.
Em 1946 a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu saúde como “o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou incapacidade. “A gente tem que entender a saúde a partir de uma perspectiva necessariamente interdisciplinar”, afirmou Paulo. Durante a palestra, ele ainda fez um resgate histórico sobre saúde e doença.

 

Fonte: Secom UFG

Categorias: Ciências Naturais ICB