Icone Instagram
Icone Linkedin
Icone YouTube
Universidade Federal de Goiás
Painel Econômico

PAINEL ECONÔMICO

Em 24/11/20 13:19. Atualizada em 31/12/20 11:33.

Aumento da escolaridade dos brasileiros depende de investimento público em educação

Boletim de Conjuntura Econômica de Goiás – Nº 127, novembro de 2020


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou neste mês mais uma edição de sua Síntese dos Indicadores Sociais – SIS, com referência no ano de 2019, cuja base de dados é oriunda fundamentalmente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Pnad Contínua. Entre outras informações apresentadas pelas SIS, chamam a atenção aquelas com foco no tema educação, apresentando informações que têm início no grupo de 0 a 3 anos e vão até o nível superior, envolvendo os jovens de 18 a 24 anos.
A SIS revela que, entre 2016 e 2019, houve aumento da taxa de frequência escolar bruta no Brasil em praticamente todas as idades escolares, só que com mais intensidade no grupo de 0 a 3 anos, no qual a cobertura é menor. Para este último grupo, a taxa brasileira passou de 30,4% para 35,6%, mas, a despeito dessa evolução, ainda há muito o que fazer nessa área, tendo em vista a meta de 50% estabelecida no âmbito do Plano Nacional de Educação para o ano de 2024. Em Goiás, também houve evolução da taxa de frequência escolar bruta de crianças de 0 a 3 anos, mas os resultados por aqui estão abaixo da média nacional: eram 23,8%, em 2016, e foram para 25,0% em 2019. A média do Centro-Oeste é de 28,2%, puxada pelo estado do Mato Grosso do Sul (34,0%). Entre as macrorregiões do país, o resultado goiano é melhor apenas do que o da região Norte ( 17,6%) e, na comparação com os outros estados, o indicador goiano só superou os dos estados da região Norte, excetuando-se Tocantins (27,9%), ficando bem abaixo de Santa Catarina, que possui a maior taxa de frequência escolar bruta (51,8%).
A maior parte (73,5%) das crianças goianas matriculadas na educação infantil frequentava escolas públicas em 2019. No ensino superior essa relação se inverte, uma vez que 24,4% dos alunos matriculados estavam em instituições públicas e 75,5% em instituições privadas. Essas relações são importantes para que se perceba que o crescimento da taxa de frequência escolar bruta em Goiás, assim como no Brasil e principalmente nos estados mais pobres, passa pelo aumento do número de creches públicas. A evolução desse indicador, além de contribuir para melhorar o desenvolvimento das crianças ao longo de sua trajetória educacional, concorre para aumentar a inserção das mulheres no mercado de trabalho, elevando sua independência para ascender na carreira.
Outra informação que se destaca na SIS é a de que 52,4% das pessoas de 25 anos ou mais de Goiás não possuíam ensino médio completo em 2019. Esse percentual caiu em relação ao ano de 2016, quando era 56,5%, mas ainda continua muito elevado, estando acima da média nacional, que também passa de metade da população adulta
(51,2%). Em relação ao ensino superior, o estado também possui um indicador inferior à média nacional, sendo este de 17,4%, contra 16,4% do Brasil.
Essas questões guardam relação estreita com o desenvolvimento do país e com os rendimentos das pessoas no mercado de trabalho. Pessoas mais escolarizadas conseguem criar mais; são capazes de assumir diferentes posições no mercado; assimilam mais facilmente suas tarefas; e podem contribuir efetivamente para elevar a produtividade dos recursos produtivos, permitindo que a economia cresça de forma sustentada ao longo dos anos. Não por acaso, os trabalhadores brasileiros que possuem ensino superior recebem cerca de 3 vezes mais do que os que têm ensino médio completo e 6 vezes mais do que aqueles que são desprovidos de instrução.
Há muito o que fazer por aqui no campo da educação. Embora o percentual de  pessoas com ensino superior completo tenha evoluído tanto em Goiás quanto no Brasil,  seus resultados ainda estão longe dos de países mais avançados. Enquanto a Coreia do  Sul possui cerca de 70% da população de 25 a 34 anos com ensino superior, o Brasil  agrega apenas 20,0% desse grupo etário dentre aqueles que concluíram esse nível de  ensino. A conta dessas diferenças às vezes pode até demorar, mas chega: em 1980, o  Brasil possuía renda per capita de US$ 1.947,27, superior à da Coreia do Sul, que no  mesmo ano era de US$ 1.715,42. Já em 2009, a renda per capita brasileira era de US$  8.717,19 e a coreana de US$ 31.761,97 (3,64 vezes superior).

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas FACE