Garantir a ética no serviço público é ainda mais importante em tempos de pandemia
Gestores têm o dever de acompanhar e assegurar a boa conduta dos servidores públicos no ambiente de trabalho
Lígia Saba
No atual cenário de pandemia, a mudança de rotina no serviço público tornou ainda mais necessário que se estabeleça uma relação ética entre os servidores públicos e uma aproximação entre gestores e funcionários. Nesse contexto, no dia 24 de novembro, a Diretoria de Acompanhamento e Desenvolvimento de Pessoas da Universidade Federal de Goiás (DAD UFG) promoveu uma palestra sobre a “Ética no Serviço Público”, com destaque para os tempos de pandemia.
Na posição de palestrante principal o professor doutor em psicologia social do trabalho e das organizações Francisco Antonio Coelho Junior, associou a ética no serviço público ao papel social do indivíduo, ou seja, à função que esse indivíduo exerce na sociedade. Segundo ele, para que exista ética no ambiente de trabalho do servidor público é necessário que se estabeleça empatia entre os membros da equipe, além de uma relação de confiabilidade e cooperação entre os servidores e seus gestores.
A partir dessa aproximação entre os funcionários públicos, cabe ao gestor intermediar as relações dentro do ambiente de trabalho e auxiliar na formação ética dos servidores. É dever do gestor agir rapidamente e de maneira eficiente perante situações antiéticas como violência psicológica, perseguição, assédio sexual, dentre outras.
Mas como determinar o que é ético e o que não é? Francisco Antonio Coelho definiu a ética, a partir dos conceitos aristotélicos, como uma lei moral que rege as relações dos indivíduos em sociedade. Com base nela, são exercidos julgamentos de valores sobre o que seria bom ou ruim, certo ou errado, ético ou antiético. Os comportamentos estabelecidos como éticos passam a compor padrões considerados como aceitáveis para que um indivíduo se encaixe em um determinado grupo social.
Com o passar do tempo o perfil do funcionário público sofreu alterações, interferindo diretamente na ética do serviço público e na função dos gestores. Resultados de uma pesquisa apresentada por Francisco Antonio Coelho mostram que 40% dos servidores públicos (dentro do grupo pesquisado) pretendem deixar o serviço público dentro de um período de seis meses. Tal resultado está associado ao que foi definido pelo professor como o perfil do novo servidor público
Diferente do servidor das décadas de 1980 e 1990, o servidor público do século XXI não procura o cargo em busca de estabilidade financeira e muitas vezes se sente pouco desafiado no serviço público. Nesse contexto, cabe aos atuais e futuros gestores o dever ético de elevar a estima de seus subordinados enaltecendo o papel do servidor em atender demandas sociais e contrapondo a visão estereotipada do serviço público que é difundida pelas autoridades e por parte da imprensa.
O evento, que foi transmitido ao vivo no youtube, por meio do canal “Vias DAD UFG”, fez parte do Ciclo de Palestras DAD “Conhecimentos e Práticas” que foi realizado com o propósito de proporcionar um espaço de reflexão e diálogo sobre os princípios da “gestão com pessoas”. As outras quatro palestras que fazem parte do ciclo abordaram temas como “A Valorização do Serviço Público” e “O Futuro da Universidade Pública Brasileira e do Servidor Público” e estão disponíveis no canal da DAD acessado por meio do link: https://www.youtube.com/channel/UCJZRFyYZbNeL3FazTdk6GOQ
Fonte: Secom UFG
Categorias: Institucional Propessoas