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Universidade Federal de Goiás
Painel Econômico

PAINEL ECONÔMICO

Em 18/02/21 13:57. Atualizada em 18/02/21 13:57.

Desemprego continua aumentando e já atinge mais de 14 milhões no país

Boletim de Conjuntura Econômica de Goiás – Nº 130, fevereiro de 2021


Após ter atingindo 4,33% em 2020, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do município de Goiânia apresentou deflação de 0,17% na primeira aferição do movimento dos preços domésticos realizada em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. O indicador goianiense foi o menor dentre todas as 17 localidades pesquisadas pelo Instituto, com o município de Campo Grande (MS) anotando a maior variação (0,53%). No caso do Brasil, muito embora o IPCA tenha superado o de Goiânia, o resultado de 0,25% veio após quatro meses de altas significativas e consecutivas (variando de 0,64% em setembro/2020 a 1,35% em dezembro/2020) e foi o menor desde agosto/2020, quando atingiu 0,24%.
As quedas do IPCA de Goiânia e do Brasil foram puxadas principalmente pelo comportamento do grupo Habitação. No âmbito desse grupo, cumpre registrar a redução da tarifa de energia elétrica residencial, que tem peso significativo no cálculo do índice. Especificamente no caso de Goiânia, outro grupo que contribuiu ativamente para que houvesse deflação foi o de Transportes, tendo como destaques o preço das passagens aéreas (cuja queda de 27,15% foi a maior dentre os itens pesquisados pelo IBGE) e o do transporte por aplicativo, que caiu 13,51% (terceira maior redução).
Tanto as tarifas de energia elétrica, quanto o grupo de transportes, por vezes, têm seus preços influenciados por fatores que não dependem necessariamente do comportamento da demanda, tais quais as definições estabelecidas pelas agências reguladoras e os movimentos cambiantes do dólar. Neste sentido, chamaram a atenção as quedas dos preços de alguns dos itens que foram justamente aqueles que ajudaram a elevar a inflação de 2020, como é o caso dos móveis e eletrodomésticos e dos materiais de construção.
Esse movimento pode estar ligado ao fim do auxílio emergencial, que beneficiou cerca de 67 milhões de pessoas no país e aumentou a demanda por esses bens, assim como por alimentos e bebidas. Por certo, também tem relação com o aumento do desemprego e com a perda do poder de compra da população. O desemprego continua aumentando e já atinge mais de 14 milhões de pessoas no país. E, muito embora tenha iniciado 2021 mais comportada, a inflação registrada em 2020 atingiu especialmente a parcela mais pobre da população (que é justamente aquela ficou sem o auxílio emergencial), uma vez que foi capitaneada fundamentalmente pela elevação dos preços dos alimentos.
Essas questões jogam luz sobre a aprovação (ou não) da continuidade do pagamento do auxílio emergencial pelo Governo Federal. A expectativa é de que o valor do benefício seja reduzido e que seja pago por mais quatro meses em 2021. Por aqui, um auxílio financeiro no valor de R$ 300,00 foi aprovado pela Câmara Municipal no dia 10/02/2021 e sancionado pelo Prefeito no dia seguinte. Uma das críticas ao programa é de que utiliza como um dos critérios para concessão o valor venal do imóvel que a família utiliza como moradia. Caso este valor seja superior a R$ 100.000,00, a família não pode acessar o benefício. Ocorre que, mesmo que eventualmente resida em um imóvel cujo valor supere esse limite, a família pode estar em situação de vulnerabilidade social e necessitar de auxílio governamental.
O avanço mais célere do processo de vacinação também é condição indispensável para que os desafios econômicos e sociais do país sejam minimizados no curto prazo. Não obstante ter ocorrido certa recuperação do comércio e da indústria, o setor de serviços está evoluindo muito lentamente. Este setor é muito significativo, envolvendo desde cabelereiros, manicures, motoristas de aplicativo e restaurantes, até as empresas e profissionais ligados à tecnologia da informação. Muitas dessas atividades ainda estão, em grande medida, comprometidas pela pandemia e de seu desempenho depende muito o nível de emprego e renda do país.

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas FACE