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Universidade Federal de Goiás
Eficiência energética

UFG debate sobre otimização das fontes de energia elétrica

Em 12/03/21 10:53. Atualizada em 12/03/21 10:56.

Informações sobre bom uso da energia elétrica contribuem para formação de uma sociedade com senso coletivo, destaca encontro

Rafaela Ferreira

Eficiência Energética é a atividade que propõe otimizar o uso das fontes de energia elétrica para que haja um consumo consciente, com a mesma quantidade de valor energético. Foi com este conceito que a palestra virtual "Eficiência energética em instalações elétricas: estudos de caso” teve início. Realizada de forma online, o evento contou com a exposição do professor titular na Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação (EMC), Antonio Melo de Oliveira, e do professor titular na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), Fernando Nunes Belchior.  

Dividida em quatro partes, a palestra virtual teve como proposta conceituar a eficiência energética, discutir a política nacional e órgãos reguladores, a implementação desse sistema na UFG e os estudos de casos já realizados com essa atividade de otimização de fontes de energia.  Como moderadores, estiveram presentes os estudantes Ana Kelly de Aquino e Otávio Monteiro, ambos discentes do Centro Acadêmico de Engenharia Elétrica (CAEEL).

Durante o encontro, o professor Antonio Melo expôs alguns conceitos da eficiência energética e o debate da importância de se levar esse conhecimento para a comunidade em geral. “São muitos conceitos, mas apenas na literatura. [...] Conceitos devem ser acumulados e vivenciados, pois se não for vivenciado, se perde”, disse o professor. A questão da economia também foi apresentada, e foram relatadas diversas vantagens para os indivíduos e para empresas. “Quanto menor for a intensidade energética, maior é a eficiência energética de uma economia e produto”, explicou Antonio Melo, listando uma série de ganhos para a empresa, os empregados, a sociedade e o próprio setor elétrico.   

A questão do desperdício de energia também foi lembrada e relacionada, principalmente, à falta de informações técnicas, de uma consciência coletiva e da ambientação favorável. “As pessoas não têm acesso ao conhecimento, porque elas mesmas fazem a instalação elétrica das residências e não um profissional, o que gera desperdício elétrico”, argumentou o professor Melo. 

Políticas Públicas

A proposta dos três Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) também é discutida dentro da eficiência energética, explicou o professor Fernando Belchior. “A economia de energia vem da eficiência no sentido de usar melhor a energia elétrica”. Diante disso, foi apontada que as questões ambientais revelam uma influência na tomada de decisão na política de desenvolvimento, em que aparatos legais reforçam estas definições. O professor levanta como pauta o incentivo legal para uma transformação social: “Devem ser estimuladas as iniciativas que visem provocar um novo comportamento ético em relação ao meio ambiente, buscando uma mudança cultural”.

Com amparo regulador e jurídico, foram mostrados os principais programas de eficiência energética ao longo do tempo. A criação de selos foi uma forma de indicar os mais diversos produtos disponíveis no mercado com uma maior eficiência de energia, como o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). “Procure um equipamento que passe pela etiqueta. [...] Temos estudos de casos que mostram que os equipamentos que passaram pela etiqueta gastam menos energia”, afirmou o professor Fernando Belchior.

Sobre as etiquetas, o professor ainda aponta a necessidade do consumidor se atentar sobre qual equipamento é mais eficiente, dentro da própria categoria, mesmo com a etiqueta, já que a classificação vai do A ao G. “O selo não significa que é bom, mas sim que passou pelo programa”, reforçou Fernando. Além de afirmar a importância de investir em um equipamento com a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), com o selo Procel, pois será um produto com maior vida útil.

UFG Sustentável 

A UFG Sustentável é um programa de incentivo, criado no ano de 2018, para contribuir com que a universidade estabeleça práticas sustentáveis e uma maior redução de gastos da energia elétrica. O projeto foi também exposto na palestra virtual, para exemplificar como a eficiência energética pode influenciar em uma conscientização coletiva: “O que queremos é a disseminação do bom uso de energia elétrica”, afirmou professor Antonio Melo.

Eficiência energética

Durante a exposição, o professor Melo relatou um estudo de caso comparativo entre os Centros de Aula Aroeira (CAA) e o Centro de Aula Baru (CAB), ambos no Campus Samambaia da UFG. Neste estudo, foi analisado qual dos centros de aula teria um maior consumo de energia elétrica, uma vez que, no CAB, utiliza-se ar-condicionado e, no CAA, foi implantado o sistema de climatizadores. "Por fim, foi exposto como o sistema de uso do ar condicionado é menos vantajoso na questão monetária e de eficiência elétrica. Com um gráfico do período de aula das 07h até às 22h, o professor Melo relata que o consumo por hora (KWh) do CAB é maior do que o CAA em 3.101, 9 kWh. Esse número corresponde, em valor monetário, a um gasto em ar-condicionado de R$ 3.786,93 a mais que o climatizador."

O professor Antonio Melo ressalta que este é um estudo de capacidade de valor energético e que o conforto dos estudantes, em relação ao climatizador, é um ponto a ser considerado. “Quando partimos para isso, não havia pandemia [...] Mas percebemos que a temperatura de 25ºC/26ºC é muito boa”, concluiu. 

Ações individuais 

A palestra ainda valorizou a importância de ações que podem ser feitas de forma individual, em cada residência, e ter um impacto coletivo. Dicas simples, como utilizar a luz solar durante o dia, desligar aparelhos quando não usados, como televisão e computador, evitar banhos longos e evitar abrir a geladeira sem necessidade. Também, ao realizar compras de equipamentos, sempre lembrar dos selos Procel e Conpet. Todas estas são atitudes que influenciam e podem beneficiar um todo um todo, concordaram os palestrantes.

O professor Fernando Belchior ainda aponta a importância de inserir as crianças nessas ações. “São coisas básicas, mas falando sempre, vira rotina. E falando para as crianças, elas se atentam e chamam nossa atenção quando esquecemos”, explicou. A iluminação e o ar-condicionado são recursos que pedem atenção, pois existem diversas opções para poupar energia em ambos, como os sensores de presença, para as lâmpadas, e instalação em locais com boa circulação de ar, para o aparelho.

Um dos estudos de caso mostrados observou o benefício da substituição de lâmpadas comuns, para as LEDs. As lâmpadas LEDs possuem um resultado de durabilidade de 15 mil horas e 83% de economia de energia em comparação com a halógena, que apresenta 1.500 horas de durabilidade e apenas 30% de economia de energia. “Motivação é a causa invisível que deve se tornar corriqueira. É preciso um senso coletivo, todo o sistema ganha”, afirmou professor Antônio Melo. 

A palestra virtual foi organizada pela EMC, com apoio do Centro Acadêmico do Curso de Engenharia Elétrica (CAEEL). Com a proposta de ser aberta para toda à sociedade, a exposição ocorreu às 19h na última terça-feira, 10. O evento faz parte do projeto de extensão “Transferência de conhecimentos e criação do Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica da UFG (Fóton Lab), como estratégia na implementação das Novas Diretrizes Curriculares dos Cursos de Engenharia”. O principal objetivo do programa de extensão e laboratório é o compartilhamento de conhecimentos com a comunidade externa (sociedade) na área de energia solar fotovoltaica. Outra proposta, desde a criação do projeto de extensão e o Fóton Lab até o evento virtual, é o trabalho conjunto entre docentes e discentes: “Trabalhamos juntos para resolver os problemas juntos”, disse o professor Antonio Melo.

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Tecnologia FCT EMC