Café Científico debate sobre os desafios da Ciência e Tecnologia no Brasil
Primeira edição do evento contou com a participação do professor em Ecologia, Paulo de Marco Júnior
Isabela Serra
Promovido pela Liga Acadêmica de Filosofia da Ciência (Lafic) da UFG, o I Café Científico “Ciência, tecnologia e inovação no Brasil: a situação atual” recebeu o professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, Paulo de Marcos Junior, na última sexta-feira (20/5). Durante o encontro, o docente trouxe para o debate a lembrança do documento “Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação”, elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em 2016 com validade até 2022, que define os Programas de Pós-Graduação como os de maior relevância para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI).
“A grande parte das produções acadêmicas são realizadas não só nas universidades públicas, mas associadas aos Programas de Pós-graduação e é nelas que a maior parte da produção científica nacional ocorre”, afirmou Paulo de Marco. O papel do professor também foi destacado pelo docente. “Eu, pesquisador da área Ambiental, como a minha ciência, que eu produzo no meu laboratório, pode ser usada? O meu papel é responder à política do Estado brasieliro, que transcende os presidentes que vão sentar na cadeira”, afirmou.
Apesar do documento elaborado em 2016 pelo MCTI, que construiu pilares para o desenvolvimento científico e tecnológico avançar no País, o que se observa, de acordo com professor Paulo de Marco, é que desde 2016 o número de pesquisadores nacionais vêm caindo. “As pessoas estão desistindo da carreira acadêmica por causa da falta de financiamento e por conta do corte de bolsas”.
Um dos temas mais relevantes da palestra foi a explicação sobre os desafios nacionais para a Ciência e Tecnologia no Brasil. Dentre eles estão: Posicionar o Brasil entre os países com maior desenvolvimento em CT&I; Aprimorar as condições institucionais para elevar a produtividade a partir da inovação; Reduzir assimetrias regionais na produção e no acesso à CT&I.
O professor Paulo propôs uma reflexão acerca desse segundo desafio: “A UFG pode melhorar? Existem coisas que podemos aprimorar, para fazer Ciência, Tecnologia e Inovação e educação melhor?”. Paulo ainda explica que todos da instituição diriam sim a essas questões, que há sim muito o que aprimorar na Universidade. Ele também afirma que os professores devem chegar à universidade tendo em mente o seu papel, para que dessa forma não haja individualismo e que as pesquisas sirvam para a sociedade e não só para o currículo do docente.
O professor em Ecologia também abordou na palestra a questão da Amazônia. Ele disse que não conseguimos fazer Ciência e Tecnologia na floresta. Além de afirmar sobre a grande biodiversidade do Brasil, que graças a ela é sim possível a realização de muitas pesquisas e elaboração de diversas tecnologias, mas que se deve sempre preservar os biomas. E assim, o professor iniciou a discussão sobre as diferenças entre uma inovação sustentável e uma disruptiva. A primeira tem problemas bem compreendidos, um mercado existente e previsível, os consumidores confiam e os métodos de negócios tradicionais são suficientes. Já a inovação disruptiva tem todas essas características ao contrário.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Institucional ICB