INTERNET EDUCA
Quais suas estratégias de aulas online?
Fernanda Cunha*
O vídeo intitulado Quais suas estratégias de aulas online? traz reflexão sobre a relevância de professoras e professores contextualizarem em suas proposições pedagógicas abordagens de ensino concernentes ao universo digital.
A importância de promover ações pedagógicas com abordagens ciberarte/educativas em prol do desenvolvimento da mente digital crítica se apresenta no tocante a educação plena de nossos alunos e alunas, para que não sejam sugados pela indústria cultural massiva no universo digital em que estão inseridos.
A ausência na formação do olhar crítico para a sociedade em rede, assevera o despreparo para a leitura crítica do cibermundo, em que acabam por consumir e aplaudir receitas que, em verdade, muitas tóxicas.
No tocante ao exposto, vale enaltecer que tempos de pandemia, que atravessamos já há mais de um ano, se agudiza de modo potente em todas classes sociais, das mais diferentes idades e gerações – àqueles que têm acesso à internet, a imersão no universo digital.
Para promover a cibereducação plena se faz imperativo professoras e professores imergir em abordagens de ensino, que vão para além de aprendizagens calcadas na transmissão de conteúdo, ou seja, na educação conteudística.
É preocupante, em tempos de pandemia, a intensificação da educação conteudística – advertida por Paulo Freire como educação bancária, pois aqueles que têm tal prática em sala de aula, acabem por conseguinte transpor tal situação conteudística para as aulas pela internet, sejam estas síncronas ou assíncronas.
Esta transposição pode ocorrer em grande parte dos casos, em razão de professores que desconhecem abordagens de ensino ciberarte/educativas em prol do desenvolvimento da criticidade, que podem acabar por fazer uso de práticas reducionistas.
As práticas reducionistas não prevalecem a educação plena no processo de ensino/aprendizagem pela internet.
Neste processo de transposição da educação em sala de aula para a educação pela internet àqueles pouco preparados para o ciberensino, acabam fazendo uso do conhecimento por simulação.
O conhecimento por simulação pode levar ao continuísmo de processos reducionistas, tornando as aulas muitas vezes enfadonhas para os estudantes, como também distantes da possibilidade de transformar informação em (re)conhecimento.
A transposição de ações pedagógicas que ocorrem em sala de aula sem a devida (re)contextualização para o ensino pela internet, pode ser agente de possíveis fracassos no processo de ensino/aprendizagem na atualidade.
O Sistema Triangular Digital também chamado de Sistema e-Triangular, uma proposição educativa para o universo digital, que é uma derivação da Abordagem Triangular sistematizada pela Professora Ana Mae Barbosa, tem como premissa essencial o desenvolvimento da mente digital crítica de nossos alunos e alunas.
Pelo Sistema Triangular Digital poder-se-á desenvolver a autogovernança, a cognição perceptiva digital e por assim dizer, desenvolver a capacidade de ciberleitura crítica para o universo em rede.
Segregar a cultura digital pode ser um dos grandes equívocos na formação efetiva para a vida, inclusive, para os anos vindouros, pós-pandemia.
Enalteço, portanto e para tanto, a educação digital crítica na promoção dos valores (re)significativos ciberculturais para o desenvolvimento ontológico do ser, no tocante ao desenvolvimento da identidade, para evitar a formação reducionista quando a ênfase se apresenta pela educação tecnicista, qual seja a área de conhecimento.
*Fernanda Cunha é professora da Faculdade de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG
O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.
Fonte: Secom-UFG
Categorias: colunistas Internet Educa Emac