Fernanda Cunha*

O vídeo intitulado Minhas férias com internet, sem energia elétrica, é relato de minhas férias buscando isolamento social em plena pandemia, em que fiquei sem energia elétrica, mas mesmo assim, consegui obter Internet.

Solução simples, eficiente, que se pode aplicar em escolas de zona rural e/ou qualquer outro ambiente bem como em comunidades que não tem energia elétrica e que por este motivo acabam sem Internet.

A Internet tem sido recurso e meio de comunicação digital, que vem viabilizando de modo singularmente potente os processos de ensino/aprendizagem bem como a comunicação entre as pessoas, principalmente em tempos de pandemia.

É relevante, essencial, que as autoridades do bem viabilizem soluções no tempo do agora, para resolver questões que são imediatas, para que tod@s os jovens e crianças não fiquem excluídos dos seus direitos - que imperam na constituição brasileira de modo igualitário a tod@s as pessoas deste país.

Com a colaboração financeira de órgãos públicos e privados, em prol da inclusão digital poder-se-á dispor de tecnologias digitais de ponta que, associadas à criatividade e comprometimento com o desafio de superar barreiras aparentemente intransponíveis, se torna tangível realizar ações positivamente inimagináveis.

É o caso do Projeto Amazônia Wi-Fi da Rits (2008) em parceria com o Projeto Saúde e Alegria, que fez uso da luz solar para produzir energia elétrica para o acesso à Internet, através de conexão sem fio, utilizando o sinal captado do programa Governo Eletrônico (Gesac), do Governo Federal.

Este Projeto de transmissão em ziguezague, através de ondas de rádio, de uma margem do rio à outra, conseguiu atender não apenas às comunidades ribeirinhas às margens do rio Tapajós, no Pará, como também ao barco-hospital do Saúde e Alegria que, além de obter conexão à Internet, adquiriu também tecnologia de voz que viabilizou a comunicação com as comunidades da região.

Este é um magnífico exemplo brasileiro ainda em 2008, nos mostra a possibilidade de solucionar e atender às necessidades sociais com a mediação de alta tecnologia, criatividade e comprometimento político.

Pena a associação entre estes três fatores não ser uma prática comum em nosso país, sobretudo com olhar vigoroso para a educação digital em tempos de pandemia em âmbito nacional para tantas crianças, jovens e adultos fora da escola por falta de conexão à internet.

Autoridades do bem, sociedade amiga, não deixemos nenhuma pessoa fora da escola em tempos de pandemia por falta de luz e/ou conexão à internet, vez que o distanciamento impera a educação pela Internet.

Aula para tod@s já, no tempo do imediato. Do agora.

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*Fernanda Cunha é professora da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) da UFG