Projeto de extensão estimula compostagem comunitária
Projeto Compô orienta sobre o tratamento dos resíduos orgânicos em apartamentos, casas e escolas
Rafaela Ferreira e Carolina Melo
O reaproveitamento dos resíduos orgânicos por meio da compostagem é o foco do projeto de extensão da Universidade Federal de Goiás (UFG). O Projeto Compô visa aproximar a sociedade do método simples e eficaz de tratar os resíduos orgânicos gerados em casa, diminuindo, assim, a produção do lixo que chega ao aterro sanitário. Os participantes do projeto recebem informações sobre como promover a compostagem nos mais diferentes espaços, desde apartamentos até casas com quintal. O projeto também visa a capacitação de agentes comunitários para a difusão da prática nas comunidades.
De acordo com a professora e coordenadora do projeto, Lisbeth Oliveira, a divulgação de uma cartilha e a capacitação dos agentes comunitários será a próxima etapa do projeto. “Fizemos um levantamento de possíveis agentes comunitários e tivemos o retorno de 100 pessoas que responderam nosso questionário, de diversas regiões de Goiânia, também de outras cidades do entorno, como Trindade, Bela Vista, Aparecida de Goiânia, Anápolis, entre outras. Então, vamos fazer a formação e também divulgar a cartilha que já está na etapa de impressão pelo Cegraf”, afirmou.
A compostagem pode ser entendida como uma reciclagem do lixo orgânico. O método promove a degradação da matéria orgânica até a formação do húmus, um material rico em nutrientes e fértil, que pode ser utilizado nas plantas. A prática de compostar, segundo professora Lisbeth, não é uma atitude individual, uma vez que os problemas ambientais atingem a todos. Sendo assim, de acordo com ela, pensar em compostar é pensar no coletivo.
“Temos que ter uma responsabilidade com aquilo que a gente gera. E, nada mais inteligente do que tratar esse lixo. Isso evita o despejo no aterro sanitário, que está no seu limite e que pode ter uma vida útil maior, caso esse tipo de resíduo tenha uma destinação mais adequada”. A compostagem também pode contribuir para a geração de renda. Lisbeth Oliveira fala de como a economia solidária tem influência nesse sistema sustentável, uma vez que os resíduos orgânicos produzidos dentro de uma residência se tornam adubo e fertilizantes através da compostagem e, esse produto final, pode ser comercializado. A professora cita como exemplo a iniciativa, em Goiânia, do Projeto Vivá.
Ação comunitária
O Projeto Compô surgiu em fevereiro de 2020 por uma iniciativa informal da produtora cultural e ativista social e ambiental, Cecília Kanda, que convidou interessados para conversar sobre a compostagem comunitária no espaço do DCE da UFG. Já na primeira reunião compareceram 20 pessoas de diferentes setores de Goiânia e região metropolitana. Professora Lisbeth Oliveira conta que, apesar de ter sido iniciado na comunidade, foi importante ir também para a UFG. “Sentimos a necessidade de institucionalizar o Compô como um projeto de extensão, já que ele tinha todas as características de um e já fazíamos extensão de fato, ele precisava só ser reconhecido pela instituição como tal”, disse.
Atualmente, o projeto conta com integrantes da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), da Escola de Agronomia (EA), da Faculdade de Letras (FL), Engenharia Ambiental e Sanitária, da Faculdade de Artes Visuais (FAV), da Faculdade de Pedagogia, da Biologia, entre outros. Também está vinculado a programas da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), como o UFG na Agroecologia, UFG com a Escola e o UFG nos Parques.
Os interessados em participar do Projeto Compô podem entrar em contato pelo e-mail compostaja@gmail.com ou pelo Instagram @c.compoo
Confira a matéria da Rádio Universitária sobre o projeto
Escute a entrevista da Rádio Universitária com professora Lisbeth Oliveira
Fonte: Secom UFG