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Universidade Federal de Goiás
Brasil Portugal

Paisagens luso-brasileiros são debatidas em ciclo de palestras

Em 23/09/21 11:04. Atualizada em 27/09/21 16:04.

UFG e U.Porto promovem ciclo de seminários sobre os cenários do Brasil e Portugal

Janyelle da Mata*

“As paisagens são indissociáveis do nosso ser individual e social, ou seja, elas são inseparáveis, elas constituem a nossa identidade como indivíduos e também como povo”. A reflexão é do professor da Universidade de São Paulo (USP), Vladimir Bartalini, que complementou ao dizer que atualmente “as paisagens nos parecem doentes, e isso nos leva a suspeitar que nós também estamos doentes como indivíduos e como povo”. O professor participou do seminário “Paisagens portuguesas e brasileiras: convergências e particularidades” no dia 16 de setembro.

A palestra compõem o ciclo de seminários “Programa Paisagens de aquém e além-mar - Ensaios sobre a paisagem: Brasil e Portugal". Realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade do Porto (U.Porto), o debate do dia 16 foi conduzido pela Maria José Dias Curado, professora da U.Porto, e pela Lucia Veras, docente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A palestra está disponível no canal do Youtube UFG Oficial. 

O seminário contou também com a participação de Amândio Barros, professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESE), e Paulo Borges, docente da Universidade de Lisboa (ULisboa). A abertura do Ciclo de Seminários iniciou com a fala de alguns docentes, entre eles a de Ana Cristina Freire, diretora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e de Margareth Arbués, docente da Universidade Federal de Goiás (UFG) campus Goiás. Ambas citaram as semelhanças culturais entre Brasil e Portugal e agradeceram a equipe organizadora do evento.

Seminário paisagens

Relação luso-brasileira

A primeira fala da palestra foi realizada pelo professor Amândio Barros, que iniciou explicando a cronologia do contato entre Portugal e Brasil. Ele abordou a questão de o Brasil ter sido uma alternativa aos comerciantes que não conseguiram ingressar no mercado oriental, principalmente na Índia. Sendo assim, Amândio explicou que o território recém descoberto foi fonte de enriquecimento para diversos negociantes da época e também como foi a exploração do país. O professor ainda apontou diversos exemplos de riquezas que foram encontradas no Brasil, como a cana-de-açúcar, o pau-brasil e as pedras preciosas, principalmente o ouro.

A segunda contribuição foi realizada pelo professor Paulo Borges. Ele abordou a identidade das duas nações e explicou que paradoxalmente é encontrada a falta dela. O estudioso, no entanto, afirmou ser essa uma característica positiva, uma vez que adquirem a capacidade de agregar diversas outras identidades. O professor também apontou características arquitetônicas brasileiras herdadas de Portugal, que julga imperfeitas. 

A última fala foi realizada pelo professor Vladimir Bartalini, que pontuou duas questões que sustentam os termos paisagem e identidade. A primeira é que a paisagem se reflete na identidade do povo e vice-versa e a segunda é que, pelos cenários se mostrarem doentes, é certo pressupor que os indivíduos também estejam. Ele explicou a escolha da palavra paisagem no tema da palestra e afirmou que o ser humano faz parte dela e que os dois são indissociáveis. Por fim, argumentou que a paisagem que reflete a nossa identidade é a ordinária e cotidiana e afirmou que se o povo não se atentar a essa paisagem é possível que a identidade do país seja sem qualificação ou até mesmo falsa. O ciclo de Seminários acontece até o dia 9 de dezembro de 2021, para mais informações clique aqui.    

*Janyelle da Mata é estagiária de Jornalismo sob supervisão de Carolina Melo e orientação de Silvana Coleta

Fonte: Secom-UFG

Categorias: Humanidades