Icone Instagram
Ícone WhatsApp
Icone Linkedin
Icone YouTube
Universidade Federal de Goiás
Banner barbeiro

Pesquisa avalia Doença de Chagas nas Comunidades Rurais de Goiás

Em 15/02/22 15:45. Atualizada em 15/02/22 15:47.

Segundo o estudo, fatores socioeconômicos, culturais e ambientais influenciam na ocorrência da doença 

Luna Apóstolo*

Correlacionar as condições de habitação das comunidades rurais e tradicionais do estado de Goiás com a existência e proliferação da doença de Chagas é o objetivo de uma pesquisa que está sendo realizada pela mestranda Liziana de Sousa Leite. Ela foi uma das pesquisadoras que apresentou na última sexta-feira, 11 de fevereiro, durante o VII Seminário do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (Ciamb), sua pesquisa em desenvolvimento intitulada “A doença de Chagas nas comunidades rurais tradicionais do estado de Goiás”. 

doença de chagas

A doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário trypanosoma cruzi, que geralmente é transmitida pelo inseto popularmente chamado de Barbeiro. Dentre os males da doença, febre, mal estar, inchaço do baço e do fígado, distúrbios cardíacos são identificados. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2022), a doença de Chagas atinge cerca de 6 a 7 milhões de pessoas em todo o mundo.

A pesquisa está sendo realizada por meio de três etapas, convertidas na elaboração de três artigos. Na primeira etapa, Liziana definiu os conceitos de habitação e habitabilidade através de revisão sistemática de literatura, pelo Portal de Periódicos CAPES, utilizando critérios de elegibilidade para inclusão e exclusão dos trabalhos analisados.

Na segunda etapa, que está sendo concluída, a pesquisadora fez um levantamento dos fatores de risco para a ocorrência e proliferação da doença de Chagas, bem como propôs soluções para combate. Liziana encontrou como fatores de risco o aumento do desmatamento e a proximidade de formações rochosas e vegetação, além de animais domésticos e criatórios que ficam perto ou dentro dos ambientes domiciliares e facilitam o transporte passivo do parasita. Além disso, as próprias características construtivas intradomiciliares, como os materiais que são usados e a manutenção devido ao tempo e precariedade são fatores de risco, uma vez que o barbeiro pode se abrigar nas frestas e buracos das paredes aumentando a incidência de casos. 

A pesquisadora apresenta como soluções a pulverização eficaz com inseticidas pelos próprios residentes ou órgãos responsáveis e a educação em saúde, na qual ocorra uma estimulo do conhecimento sobre a infecção, sua disseminação e as formas de controle, dado que muitos infectados não sabem que estão acometidos pela doença. 

Liziana aponta que para a terceira e última etapa, pretende-se fazer uma relação entre as ocorrências da doença com os fatores de risco das habitações rurais, assim como a distribuição espacial de indivíduos infectados residentes dessas comunidades. Pretende-se, através do levantamento de dados do projeto de extensão da UFG, Projeto de Saneamento e Saúde Rural (SanRural), englobar as condições de estrutura, de saneamento, tal qual os hábitos dos residentes e outras características para realização dessa etapa da pesquisa. 

A pesquisadora afirma que as habitações rurais são constituídas por espaços que influenciam na vida cultural, social e laboral dos residentes e que, no seu direito de serem habitáveis, precisam de disponibilidade de infraestrutura que possibilite qualidade de vida às comunidades que estão inseridas. Assim, esses fatores socioeconômicos, culturais e ambientais influenciam diretamente na ocorrência da doença de chagas e no seu ciclo de transmissão. 

A conclusão do projeto, prevista para o segundo trimestre de 2022, visa não somente relacionar as condições de habitação com a existência e proliferação da doença de Chagas, mas também auxiliar ao Programa Nacional de Controle da Doença de Chagas do Ministério da Saúde e contribuir para as pesquisas da área desta doença que afeta mais de um milhão de brasileiros.

Luna Apóstolo é estagiária de de Jornalismo sob supervisão de Kharen Stecca e orientação de Silvana Coleta

Fonte: Secom UFG

Categorias: Ciências Naturais CIAMB ICB