
Filme homenageia Rua 8 ou Rua do Lazer no Centro de Goiânia
Produção foi construída a partir da tese de Maria Ester, defendida na UFG
Será lançado no dia 8 de março, o filme da Rua 8 ou “Rua do Lazer”, RUA DOS AFETOS: desafetação de espaços públicos. O lançamento marca o Dia Internacional das Mulheres (“08” de março) pelo Movimento Artetetura e Humanismo e seu selo histórico e futurista “Goiânia: capital de 2030” -, que visa autenticar os valores progressistas de 1930 que permitiram a Goiânia insurgir como capital modelo até hoje, através da interface com a Agenda socioambiental 2030. Ele surge também da tentativa mágica de memória social urbana da cidade, por tentar resgatar a apresentação da tese de Maria Ester na “Rua do Lazer” público que não foram gravadas, tentando também incentivar comportamentos espaciais ligados à cultura. Confira aqui o vídeo.
A tese de doutorado da arquiteta Maria Ester de Souza, realizada no Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (Iesa/UFG) foi apresentada na Rua do Lazer, uma rua inteiramente calçada que privilegia o pedestre e o entretenimento urbano desde a tenra infância de Goiânia, espaço com a qual muitos tem uma relação psicogeográfica muito íntima, mas que também não está imune aos processos conflituais de renovação urbana (revitalizações do centro), que acarretam gentrificação do espaço, criando vantagens locacionais para determinadas áreas em detrimento de outras.
Por meio de suas reminiscências “fotográficas” do dito dia, bem como de sua atuação militante e docente no campo de Arquitetura e Urbanismo em questões como o BRT da Avenida Goiás e também à defesa socioambiental da modernidade e da urbanidade goiana, baseada em sua crítica pós-moderna a partir do conceito de “cidade-mercadoria”, somos confrontados com alguns auscultas urbanas registrados pelo planejador urbano Fred Le Blue do logradouro nos dias do triste carnaval de 2022, em meio à guerra da Ucrânia, a partir de sua pesquisa etnográfica de cunho sociourbanístico, iniciada em 2021, para preencher os vazios, penumbras e silêncios das ruas e becos do Centro, em uma espécie de mapa íntimo antropológico e audiovisual descentralizador sobre o território central de Goiânia.
Percorrendo os descaminhos nessa seara da atuação governamental lesiva ao interesse público, a pesquisadora Maria Ester fez um trabalho cartográfico exaustivo em “A Erosão do Espaço Público”, compondo uma história urbana de longa duração de Goiânia de 1956 a 2016, para mostrar o caminho de dependência de decisões recorrentes e cumulativas questionáveis, que criaram uma cultura neoliberal de desrespeito do devir urbano e da coisa pública -, tratada como terra de ninguém, por isso, suscetível a se ter um dono.
Para saber mais:
Frente às desafetações, afeto pelo espaço público: a UFG vai à Rua do Lazer
Fonte: Secom UFG
Categorias: Arte e Cultura Iesa Fic