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Universidade Federal de Goiás
 Cecília Sardenberg

“Temos que transformar estruturas patriarcais da esfera acadêmica”

Em 11/03/22 09:10. Atualizada em 18/03/22 17:08.

Professora e antropóloga da UFBA, Cecília Sardenberg, discutiu feminismo acadêmico em evento da UFG

Luna Apóstolo

No dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, a Universidade Federal de Goiás (UFG) em associação com a Universidade Federal de Catalão (UFCAT) realizaram uma webconferência para falar sobre feminismo acadêmico. A palestra foi ministrada pela antropóloga Cecília Sardenberg, professora titular do Departamento de Antropologia da  Universidade Federal da Bahia (UFBA), e contou com as painelistas Carmem Lúcia, professora da UFCAT, e Tatiana Machiavelli, professora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Durante o encontro, Sardenberg recordou, a partir de suas próprias experiências, a luta e ações que o feminismo acadêmico realizou nos últimos anos. A professora entrou no movimento feminista ainda na década de 1970 e disse que o movimento no Brasil acompanhou, desde os anos 1960, os processos de redemocratização do país. Segundo ela, a partir dos anos 2000 o movimento ganhou peso, tendo um crescimento nos grupos de pesquisa e conferências nacionais que deram grande impulso na formação de professores na perspectiva de gênero. 

Sardenberg disse que dentro das universidades as feministas ainda são, de uma certa maneira, marginalizadas, mas que isso não as impede de continuarem ligadas ao movimento. De acordo com ela, o feminismo acadêmico é importante não só em termos de produção de conhecimento, mas também no combate ao viés androcêntrico encontrado nas academias. “A gente tem que transformar, derrubar as estruturas patriarcais que dominam a esfera acadêmica”, declarou. 

“Há toda uma crítica que o feminismo acadêmico se separou, se afastou dos movimentos”, disse, ainda, a respeito de movimentos feministas populares, por vezes, segregarem-se do movimento feminista acadêmico. Sardenberg citou a autora Sonia Alvarez, da Universidade de Massachusetz, que fala que é necessário pensar o feminismo em campos discursivos de ação feminista e que, dessa forma, o feminismo acadêmico representa um desses campos. 

Nesse sentido, a antropóloga apontou que o feminismo acadêmico está em conexão com todos os outros campos e, ainda, tem forte ligação com o desenvolvimento de políticas públicas no país. “O feminismo acadêmico no Brasil é muito próximo às instâncias de governo, instâncias do judiciário também e do legislativo para contribuir na formulação e construção e implementação de políticas publicas”.

A palestra também contou com um debate e participação dos ouvintes, onde discutiram medidas para aumento da ocupação feminina em espaços de poder nas universidades, assim como feminicídio, machismo e outros assuntos.  


Para assistir a palestra na íntegra, clique aqui.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Humanidades 8 de março