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Universidade Federal de Goiás
morangos

Palestra aborda pesquisa sobre revestimento orgânico que aumenta vida útil do morango

Em 22/06/22 13:17. Atualizada em 22/06/22 17:36.

Pesquisadora da USP, Mirella Romanelli, foi a convidada do Webciência do IQ/UFG

 Luana Cardoso*

A pesquisadora, doutoranda em Química Analítica e Inorgânica, do Programa de Pós-Graduação em Química do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), Mirella Romanelli, desenvolveu um revestimento comestível, com base em três compostos orgânicos, que aumenta o tempo de prateleira dos morangos. Na webconferência do WebCiência do Instituto de Química (IQ) da UFG, que ocorreu segunda-feira (20/06), Romanelli apresentou os detalhes de seu estudo, que desenvolveu o produto capaz de formar uma barreira no alimento e diminuir a perda de massa, contaminação fúngica e manter a firmeza da fruta.

Resultado de sua tese de doutorado, Mirella desenvolveu e aprimorou um revestimento para frutas feito de quitosana, substância derivada do exoesqueleto de crustáceos, gelatina, uma proteína obtida a partir da hidrólise do colágeno, e da casca de romã, rica em compostos antioxidantes, que manteve a conservação do morango, fruta facilmente perecível após 12 dias de armazenamento. 

Além de ser uma nova alternativa aos métodos já utilizados, como as câmaras de refrigeração e câmaras de atmosfera controlada e modificada, o revestimento à base de casca de romã consegue preservar frutas que não se dão bem em ambientes refrigerados e é de menor custo, comparado a outras metodologias. “Nós estamos falando do reaproveitamento de um resíduo, que é a casca de uma fruta, para formar uma solução de revestimento que vai tentar não formar tanto outro resíduo, que são os morangos”, explica a pesquisadora.

O objetivo principal do desenvolvimento de um revestimento para conservação de frutas é diminuir a taxa de rejeição e descarte da fruta pelos consumidores. O revestimento protege os alimentos contra danos físicos, perda do sabor e do valor nutricional, alterações na forma e na aparência. A taxa de perda de frutas, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), segundo dados de 2019 e 2021, é de 34,9%. Ou seja, um terço do que é produzido no país já é perdido antes de chegar à mesa do consumidor. Mirella explica o objetivo de novas tecnologias de revestimento:  “As tecnologias visam estender o tempo de prateleira, que é o tempo que a fruta vai ficar hábil para o consumo ali no mercado”.

O evento trouxe dados sobre a perda de frutas nos mercados e varejos no Brasil e discutiu como a Química pode auxiliar na diminuição da perda de alimentos e melhorar a conservação de frutas e apresentou novas alternativas de revestimentos comestíveis, desenvolvidos pela pesquisadora da USP. A palestra sobre perdas pós-colheita de frutas e como o uso do revestimento comestível pode auxiliar na diminuição de descarte de alimentos pode ser acessada no Canal do WebCiência do Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Youtube.

*Luana Cardoso é estagiária de Jornalismo sob supervisão de Kharen Stecca e orientação de Silvana Coleta

Fonte: Secom UFG

Categorias: Ciências Naturais IQ