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Universidade Federal de Goiás
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Evento promove discussão sobre o desenvolvimento tecnológico nacional

Em 18/07/22 11:09. Atualizada em 18/07/22 11:09.

O objetivo é relacionar a atual conjuntura da produção científica no Brasil com os dados de pedidos de patente, que estão em queda desde 2016

Letícia Fiuza

A diminuição dos pedidos de patentes no Brasil tem relação direta com educação, qualidade de vida e o desenvolvimento industrial no país. Na quinta-feira, 14/7, às 13h30, em transmissão no Canal UFG Oficial, o Instituto de Química (IQ/UFG) realizou uma live para discutir a diminuição dos pedidos de patentes no Brasil e como eles se relacionam com outras áreas da sociedade, inclusive com a universidade. O evento teve mediação da professora Tatiana Duque Martins de Almeida (IQ/UFG) que atua em projetos de pesquisa e extensão sobre propriedade intelectual.

De acordo com dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), há um movimento de diminuição dos depósitos de pedidos de patente no Brasil. Recentemente, muitas invenções de alta qualidade foram iniciadas no país, cumprindo o ciclo da inovação, gerando produtos, que chegaram ao mercado e impactaram a vida das pessoas. Entretanto, esses processos estão em declínio. A professora enxerga os dados como um sintoma de outros problemas no país, como a dificuldade do país em construir um terreno fértil para o desenvolvimento científico.

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“Uma economia que se baseia em alta tecnologia, que se baseia dentro daquela terra, se sustenta em si mesma, mas esse não é o movimento que nós vemos no Brasil”, afirma. Desde 2016, a diminuição dos pedidos de patentes, de invenção principalmente, mas a demanda por invenções vem caindo desde 2013, indicando alguns problemas importantes como a queda da industrialização brasileira, mas também uma queda no desenvolvimento de pesquisas científicas que sejam aplicadas.

Além disso, a discussão abordou a permanência do Brasil em no status de país em desenvolvimento e comparou a trajetória brasileira com a de outros países, como China, Coréia do Sul e Índia, que também eram conhecidos como exportadores de commodities, mas hoje são grandes produtores de tecnologia. No caso do Brasil, a tecnologia não aparece relacionada à internacionalização e ao crescimento das indústrias nacionais, que é atingido por meio da exportação de commodities e não pelo desenvolvimento de tecnologia.

Segundo a professora, se a internacionalização e o crescimento das indústrias fosse pautado na produção de tecnologia, uma série de reações positivas à sociedade seria desencadeada. “Com a internacionalização baseada no fornecimento de produtos que envolvem tecnologia produzida no país, ela seria eficaz e constante, promovendo a especialização das indústrias e a entrega de produtos de alta qualidade a preços acessíveis para a sua sociedade, com melhoria nos níveis de educação”, explicou.

Ao fim do evento, a pauta se dirigiu para o aspecto cultural, que influencia na movimentação feita no campo de pesquisa científica no país. Segundo Tatiana Almeida, “o Brasil enxerga a produção de tecnologia não como uma obrigação ou consequência do processo, mas sim como um passo além das pernas para o nosso país”. Por isso, aponta a atuação das universidades como parte fundamental de uma mudança de comportamento, que promova a valorização da criatividade e da capacidade de invenção dos brasileiros. Dessa forma, o retorno financeiro dessas habilidades torna-se realidade incentivando a capacidade de produção, criação, inovação e a proteção das produções intelectuais, e o desenvolvimento científico nacional com retorno para a sociedade.

Categorias: Tecnologia IQ