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Universidade Federal de Goiás
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Jaqueline Goes fala sobre os esforços para se consolidar como cientista

Em 10/08/22 14:06. Atualizada em 10/08/22 14:24.

Palestra destacou o caminho acadêmico percorrido pela pesquisadora que participou do sequenciamento genético do coronavírus

Geovanna Pires

Na terça-feira (9/08), em transmissão no canal do Youtube da Universidade Federal de Goiás (UFG), o programa Diálogos em Pesquisa e Inovação, realizou uma live com a pesquisadora Jaqueline Goes, que apresentou seu percurso acadêmico e ressaltou a presença de mulheres negras na comunidade científica brasileira. Jaqueline Goes de Jesus é professora e biomédica do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT/USP) e integrou a equipe responsável pelo sequenciamento genético do novo coronavírus ainda nos primeiros casos de covid-19. O encontro foi mediado pela pró-reitora adjunta de Pesquisa e Inovação da UFG, Fabíola Fiaccadori.

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A trajetória é única e individual, conforme afirma Jaqueline. Para conseguir uma carreira científica consolidada, segundo ela, é preciso entender que o percurso é comum, mas cada pessoa passa por isso de um jeito diferente. A palestra trouxe um panorama sobre conceitos acadêmicos, um resumo da história da palestrante e o processo de sequenciamento genético do vírus da covid-19 antes mesmo do estabelecimento da pandemia no Brasil.

Durante o encontro, a convidada fez uma introdução sobre o universo da carreira acadêmica, que se destaca pelo histórico do surgimento dos graus acadêmicos, pelo caminho percorrido na formação de pesquisadores e professores universitários e pelas etapas do desenvolvimento profissional na área. “Quando falamos sobre trajetória científica, discutimos sobre uma carreira profissional que acontece dentro do ambiente universitário ou de um instituto de pesquisa”, afirmou a biomédica.

Jaqueline Goes integrou a equipe de cientistas que realizou o sequenciamento genético do novo coronavírus dos primeiros casos da covid-19 na América Latina. É uma mulher negra e brasileira que atua ativamente na luta pelo reconhecimento da importância da pesquisa em academias. Desde criança, a biomédica era incentivada pelos pais a investir no seu processo educacional. “Os meus pais entenderam muito cedo que a educação tem um papel transformador na vida do indivíduo”, explica Jaqueline. 

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De acordo com Jaqueline, o compromisso com a sua própria educação foi fundamental na sua escolha profissional. Foi no ensino médio que ela teve a oportunidade de explorar o seu pensamento crítico sobre a realidade sócio-política do Brasil, uma vez que, de acordo com ela, dentro de instituições públicas do país há muitas discussões a respeito de pautas sociais e políticas. Após compreender qual era o seu papel dentro de sua própria formação, ingressou no curso de biomedicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em Salvador (BA), sendo lá o ponto de partida da sua iniciação científica. 

Ser aprovada em primeiro lugar para o mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa da Fiocruz da Bahia trouxe vantagens, garante a pesquisadora, como o acesso a uma bolsa de estudos e a oportunidade de galgar outros espaços, visto que foi convidada a estudar na Universidade de São Paulo (USP). Durante o seu doutorado, no final de 2015 e início de 2016, foi convidada a colaborar com os estudos de mapeamento genômico dos vírus da zika e chikungunya no Brasil, época em que eclodiram os casos dessas doenças no país.

Nos primeiros meses de 2020, Jaqueline participou do sequenciamento do novo coronavírus como uma forma de preparação do país para o cenário pandêmico. “Quisemos mostrar para o Brasil o que a ciência estava fazendo naquele momento. Infelizmente, precisamos passar por uma pandemia para reconhecer o papel e o valor do cientista. Independente do nível que for, todos nós contribuímos e, em muitos aspectos, somos a base para essa ciência”, completa.

Ao final, a biomédica deu destaque para a participação de negros na comunidade científica: “Quando eu fui projetada e visibilizada no âmbito nacional e internacional, eu sei que eu abri espaço para muitas outras cientistas, negras ou não, falarem sobre os seus trabalhos”, afirmou. 

Geovanna Pires é estagiária de Jornalismo sob supervisão de Kharen Stecca e orientação de Silvana Coleta

Fonte: Secom UFG

Categorias: Institucional Secom PRPI