UFG tem pluralidade dentro dos câmpus
A Universidade tem alunos de todas as regiões do Brasil, classes sociais e raças
Janyelle da Mata
Com seus mais de 21 mil estudantes, a Universidade Federal de Goiás tem em seus câmpus muita diversidade. Segundo o Analisa UFG - plataforma de análise de dados
Segundo o pró-reitor de Graduação (Prograd), Israel Elias Trindade, a adesão total ao Sisu, em 2014, permitiu que a Universidade abrisse as portas para estudantes com novos perfis: com menor poder aquisitivo e estudantes de escolas públicas; de outras regiões do Brasil; e o ingresso de estudantes negros (pretos e pardos) e indígenas na UFG. "Nós temos uma Universidade que espelha a diversidade que é o Brasil, todas as regiões estão aqui dentro e todas as camadas sociais estão aqui dentro", conta.
Dentro da graduação da UFG há mais homens dentro da Universidade que mulheres, porém, o público feminino domina o grau acadêmico da licenciatura, segundo o Analisa UFG. O pró-reitor explica que essa diferença espelha o magistério brasileiro, onde as mulheres são maioria no ensino infantil, fundamental e médio.
Hoje, segundo o Analisa UFG, a per capita média dos estudantes da graduação é de 1,29 salário mínimo. A pró-reitora de Assuntos Estudantis (Prae), Maísa Miralva da Silva, acredita que a pandemia da covid-19 tenha piorado o cenário financeiro dos alunos da Universidade, causando uma evasão desse público do ensino superior. “Com a pandemia, chegamos a 85% de estudantes de baixa renda na UFG, o dado tem flutuado bastante, porque esses estudantes têm saído do sistema nacional de educação”, afirma.
Com o atual orçamento da Universidade, o acesso a benefícios, como bolsa permanência e isenção do Restaurante Universitário (RU), para os estudantes com baixa renda, é mais difícil. "Esses programas não atendem todos os estudantes da UFG, eles funcionam por editais com vagas restritas. Então, por mais que a Universidade se empenhe em fornecer os meios de permanência para esses estudantes, os fatores externos pesam", afirma Israel.
Luddmila Ferreira de Almeida, de 28 anos, é uma estudante preta e cursa Pedagogia na Universidade Federal de Goiás. Ela ingressou utilizando cota racial e de renda. Ela conta que, em sua visão, a UFG ainda é predominantemente branca, mas que se diferencia na Pedagogia, onde prevalecem as mulheres negras e indígenas. “Eu ouso dizer que a Faculdade de Educação (FE) é 80% negra. É bom andar nos corredores e ver gente igual a mim”, conta. O Analisa UFG aponta que 58% dos estudantes de pedagogia se declaram não brancos.
O estudante de Direito, Gabriel Henrique Ramos Ferreira, 21 anos, declara-se como homem branco e tem renda mensal de até 1,5 salário mínimo per capita. Gabriel afirma que é escassa a presença de pessoas negras dentro do curso de Direito. "É uma grande diferença, em uma sala de 60 pessoas, conta-se nos dedos quantas pessoas não brancas estão presentes", afirma o estudante. Segundo o Analisa UFG, cerca de 48% dos estudantes do Direito são brancos.
Analisa UFG
A plataforma é uma ferramenta para que tomadores de decisões e sociedade no geral possam ter acesso aos índices de vários eixos da Universidade. O site disponibiliza painéis de informações sobre a graduação, pós-graduação, egressos, assistência estudantil e de outras pró-reitorias da UFG. Segundo a plataforma, o Analisa UFG é um projeto desenvolvido pela Secretaria de Tecnologia e Informação (SeTI), por meio do Centro de Recursos Computacionais (Cercomp) e a Secretaria de Planejamento, Avaliação e Informações Institucionais (Secplan).
Fonte: Secom/UFG
Categorias: Dia do Estudante Institucional Prograd