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Universidade Federal de Goiás
professor UFG

Dentro da sala de aula, o professor é insubstituível

Em 13/10/22 10:50. Atualizada em 13/10/22 11:06.

Docentes desempenham o papel fundamental de transferência de conhecimento com prazer e empatia

Janyelle da Mata

Professora UFG
(Foto: Carlos Siqueira)

Como uma das melhores instituições do Brasil, a Universidade Federal de Goiás (UFG) deve o sucesso de seu ensino aos professores que trabalham para que a educação da Instituição continue sendo referência. Segundo o Analisa UFG, cerca de 2100 docentes, permanentes e substitutos, desempenham a função fundamental de ensinar 21 mil alunos que estão matriculados na Universidade. Porém, a importância do professor para uma educação bem-sucedida vai além de uma boa didática. A empatia dentro das relações sociais com os alunos também é essencial, tese que foi comprovada durante o ensino remoto emergencial devido a pandemia da covid-19, onde os computadores foram incapazes de substituir a figura do professor.     

Recentemente, a Universidade tem sido reconhecida pela excelência de seu ensino por meio de rankings nacionais e internacionais. O ranking Xangai, um dos mais recentes, coloca a UFG entre as 1000 melhores instituições do mundo e entre as 20 melhores do Brasil. Para o pró-reitor de graduação, Israel Trindade, apenas a estrutura não é o suficiente para tal resultado. “Não é uma infraestrutura, não é um laboratório e não é uma biblioteca que por si só faz a qualidade do ensino, o que faz a qualidade do ensino são as pessoas que estão aqui dentro”, afirma.

Todo o sucesso da UFG, expresso nos rankings de melhores universidades, deve-se ao trabalho conjunto presente na Universidade. O pró-reitor adjunto de Gestão de Pessoas, Sauli dos Santos Junior, entende e expressa a importância de todo o coletivo, principalmente dos professores. “O professor é um dos principais pilares de uma instituição e desempenha o complexo papel de transferir o conhecimento”, pontua.   

Ensino remoto emergencial

Desde março de 2020 vivemos o fenômeno da pandemia da covid-19. Com a rápida disseminação do novo vírus, todos os estabelecimentos não essenciais foram suspensos, incluindo escolas, institutos e universidades. Sem vacina e previsão de retorno, foi tomada, pelas instituições de educação, uma medida emergencial: o ensino remoto. 

O ensino remoto emergencial foi uma ferramenta essencial para educação devido ao momento que a humanidade experienciou, no entanto, os computadores foram incapazes de substituir a figura do professor. “Durante a pandemia, muitas áreas substituíram a mão de obra humana por máquinas, computadores e internet. E percebo que no ensino também agregam, mas não conseguem substituir a presença do professor em sala de aula”, afirma Israel Trindade.

Juarez Maia
Professor da FIC, Juarez Maia (Foto: Janyelle da Mata)

Cada professor se reinventou de forma única e enfrentou dificuldades diferentes. O professor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC-UFG), Juarez Maia, tem 76 anos e é docente da Universidade há 35. Ele relata que inicialmente sua maior preocupação foi lidar com a tecnologia e que foi preciso o auxílio de monitores, estagiários e alunos para conseguir ministrar as aulas de forma remota. Mas, o motivo de preocupação se tornou aliado com o tempo e permitiu ao docente planejar aulas dinâmicas com convidados especialistas em assuntos específicos, método inviável fora do remoto por questões geográficas.

A professora da Faculdade de Enfermagem (FEN-UFG), Camila Caixeta, tem 42 anos e há 13 se dedica à docência. Por ser mais jovem, sentiu o impacto do ensino remoto de maneira diferente. Para ela, a incapacidade de separação do ambiente de trabalho e do privado foi o mais complicado durante a adaptação. “A sensação que tinha era que minha casa havia virado uma grande sala de aula”, conta. Ela também pontua a experiência de dar aula sem interação, com câmeras e áudios desligados por parte dos alunos, o que trouxe o sentimento de solidão para a professora. 

Profissão pouco reconhecida, mas fundamental

Segundo o Analisa, 91% dos docentes da Universidade são permanentes e destes 86% são de dedicação exclusiva para a UFG. A carga horária de professores que trabalham no regime de dedicação exclusiva é de 40h semanais, mas, com o planejamento de aulas e correção de atividades, mesmo as 200h presentes em uma semana são insuficientes para cumprir todo o trabalho de educador, é o que conta Camila Caixeta.

Prof José Alexandre Felizola Diniz Filho
Professor do ICB, José Alexandre, durante aula expositiva em auditório (Foto: Carlos Siqueira)

A professora da Faculdade de Enfermagem atua na graduação e na pós-graduação e relata que o volume de trabalho é por muitas vezes excessivo. “O Brasil de maneira geral não valoriza o educador e somos uma classe que trabalha excessivamente, inclusive nos fins de semana. E é prazeroso contribuir para a Instituição, mas tem um custo”, afirma.

Para Juarez e Camila, os recentes cortes, como o anunciado no dia 5 de outubro, são o principal indicador da desvalorização da educação. O desfasamento do quadro de professores, paralisação de pesquisas, descontinuidade de políticas de assistência estudantil, falta de equipamentos adequados para as aulas, são algumas das consequências do corte de verba citadas pelos docentes. 

A professora Camila, que também é diretora da FEN, afirma que a gestão atual tem feito tentativas de contornar os cortes e não afetar a comunidade universitária. “Quero deixar muito claro que a gestão da Universidade tem feito o possível e é admirável o esforço, reconheço como professora e diretora, mas sabemos que o esforço sem o recurso financeiro não é suficiente”, pontua.

Recompensas da carreira docente

A escolha pela docência é particular e cada professor tem um motivo único. O professor da FIC, Juarez Maia, foi motivado pelo desejo de mudança. Ele atuou como jornalista por 20 anos e aos 40 escolheu seguir o caminho da educação. “Eu trabalhei em projetos internacionais da UNICEF, UNESCO e Banco Mundial, mas após 20 anos de carreira eu estava cansado”, conta. 

Camila Caixeta
Professora da FEN, Camila Caixeta (Foto: Carlos Siqueira)

O professor relembra das vezes que foi homenageado pelas turmas que deu aula, em suas colações de grau, e afirma que esses momentos são suas melhores memórias nos 35 anos de docência. “Fui professor homenageado por muitas vezes e não sei precisar quantas, mas são momentos que, para mim, valem mais que o salário”, relata. 

Para a professora da FEN, Camila Caixeta, a docência era uma vontade enraizada desde a infância. Seu principal objetivo na graduação era a concretização do mestrado e doutorado para se tornar professora de enfermagem. “Eu sempre admirei a transferência de conhecimento e penso que os espaços educativos são os mais ricos em diálogos, então não tinha como eu fugir”, afirma. 

A professora enxerga como principal recompensa de sua carreira como professora os momentos em que reencontra ex-alunos realizando algum atendimento. “Acontece com certa frequência o encontro com algum ex-aluno, em pronto-socorro, cuidando de mim ou algum ente querido com carinho, competência e conhecimento. Esses momentos não tem preço e me lembram o porquê da minha escolha pela educação”, conta.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Homenagem Institucional