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Universidade Federal de Goiás
giovana

Delegação da UFG soma forças à Marcha das Margaridas 2023

Em 31/08/23 14:50. Atualizada em 31/08/23 14:51.

Ação organizada por trabalhadoras rurais é exemplo e inspiração para os movimentos sociais

Giovana Andrade*

Um ônibus organizado pela Universidade Federal de Goiás deu ainda mais cores à sétima edição da Marcha das Margaridas, que ocorreu nos dias 15 e 16 de agosto. A caravana foi coordenada pelas professoras Luciene Dias e Gabriela Marques, da Faculdade de Informação e Comunicação, e contou com a presença de trinta e seis pessoas, em sua maioria estudantes do curso de Jornalismo da mesma faculdade.

Nas ruas de Brasília, a força e o companheirismo femininos se materializaram com a presença de outras cerca de 100 mil mulheres, vindas do país inteiro para marcharem pela capital federal. O evento, que ocorre na Esplanada dos Ministérios, a cada quatro anos, em 2023 teve como lema “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”.

A multidão de margaridas pintou de roxo, a cor oficial do evento, e de tantas outras, as ruas da capital federal. Mulheres brancas, negras, indígenas, de todas as regiões do Brasil. Mulheres jovens, mulheres velhas, mulheres meninas. Mulheres acompanhadas de amigas, de filhas, de mães, avós, tias, tias-avós, companheiras de luta. Mulheres acompanhadas de mulheres – até as que chegaram sozinhas. Mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades.

Com a presença de líderes sindicalistas, mulheres e pessoas LGBTs, trabalhadoras das mais diversas áreas, tanto como parte de movimentos organizados quanto margaridas autônomas, mulheres da mesma comunidade, tratadas como uma única família, a Marcha das Margaridas é exemplo e inspiração de união, diversidade e organização.

Algumas reivindicações feitas no sentido de garantir os direitos dessas mulheres foram demarcação territorial, reconhecimento, valorização e fortalecimento da agricultura familiar e dos territórios como espaço de vida, a autonomia dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, e o fim das desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais.

Nesse sentido, apesar da diversidade presente no ato, da eventual presença masculina, e das reivindicações feitas em defesa de todas as mulheres, a Marcha das Margaridas é, em sua origem, uma manifestação de mulheres trabalhadoras rurais, em prol dos direitos sociais e contra a violência imposta às mulheres do campo e da floresta. 

Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag), a ação presta homenagem à trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983 por defender os direitos dos trabalhadores rurais da Paraíba.

Dessa forma, a Marcha demonstra a importância, a extensão e a força do trabalho do campo organizado por mulheres, contrariando a ideia de que o protagonismo nesse âmbito seja estritamente masculino. De mãe Terra para mães mulheres, elas se entendem e se juntam para cuidar de seus filhos. Progenitoras e provedoras, as mulheres do campo se consolidam como figuras fundamentais para a construção e a manutenção de um país mais equilibrado e florido, com menos desigualdades, menos fome e menos injustiças.

* Giovana Andrade é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás

O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.

Fonte: Secom UFG

Categorias: artigo Fic