A trajetória inspiradora de uma “psicóloga do sistema”
Projeto Investiga Menina! promoveu palestra com a professora Flávia Monteiro, da Ufopa
Texto e fotos: Jayme Leno
A trajetória inspiradora da professora Flávia Pessoa Monteiro, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), marcou mais uma atividade do projeto Investiga Menina!, do Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutora em Engenharia Elétrica e docente do curso de Sistema de Informação da Ufopa, Flávia esteve em Goiânia nos dias 19 e 20 de outubro para duas palestras, uma no Colégio Estadual Assis Chateaubriand e outra no Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências (Nupec).
Ao iniciar a apresentação no Nupec, a palestrante, nascida no interior do Pará, contou como foi difícil cursar o ensino superior e como uma mulher preta, lésbica e nortista pode sim estar no âmbito acadêmico. Ela contou que, durante sua vida escolar, passou por vários obstáculos e discriminação. Para uma plateia composta em grande parte por estudantes da rede pública, a professora mostrou que com dedicação e persistência é possível alcançar seus objetivos.
Flávia também falou sobre a carreira de programadora, um campo profissional que abrange várias áreas e não se limita apenas a cálculos. Segundo a professora, as mulheres fazem a diferença nesse mercado de trabalho.
Durante sua palestra na UFG, professora Flávia Monteiro, da Ufopa, abordou sua trajetória acadêmica
"Psicólogo do sistema"
Flávia também abordou a importância do pensamento lógico na formação educacional dos estudantes e mostrou como os algoritmos desempenham um papel fundamental na resolução de imprevistos. Para ela, o programador é como um "psicólogo do sistema". Durante sua formação, esse profissional desenvolve habilidades que auxiliam na resolução de qualquer questão, pois precisa de sagacidade para atender às necessidades dos clientes e de tomada de decisões para solucionar problemas.
Para ilustrar esses pontos, a palestrante organizou uma atividade para demonstrar a utilização desses conhecimentos no cotidiano. A experiência consistiu na elaboração de um personagem com determinadas características, personalidades e rotina. Após essa primeira fase, os estudantes tiveram que organizar essa rotina e depois adequá-las a fatores inesperados, como tempo e clima.
Segundo Flávia, para solucionar problemas como esses são necessárias as mesmas soluções de um programador, onde "cada ação respeita uma sequência", e que calcular esses parâmetros ajuda na organização da sequência.
A professora lembrou que o conhecimento dessas habilidades não é apenas um privilégio de especialistas em computação, mas uma ferramenta poderosa acessível a todos. Com as habilidades certas, é possível enfrentar desafios com confiança, tomar decisões informadas e prosperar em um mundo cada vez mais complexo e tecnológico.
Estudantes da rede pública de Goiânia participaram de atividade para compreender os algoritmos
Investiga Menina!
O projeto Investiga Menina! tem o objetivo de democratizar o saber científico para estudantes periféricas. A base do projeto é a inclusão de bibliografias escritas por mulheres negras e também a visita de estudantes à UFG para palestras e encontros com cientistas. As atividades são voltadas para as Ciências Exatas, como Química, Ciências Biológicas, Matemática e Física.
O Investiga Menina! é uma iniciativa do Coletivo Negro Tia Ciata, que está ligado ao Laboratório de Pesquisa em Educação Química e Inclusão (Lpeqi), fundado pela professora Anna Benite em 2009. Integram o projeto professores, cientistas e estudantes da pós-graduação do campo das Ciências Exatas da UFG e da Universidade Federal de Jataí (UFJ), além da parceria do Grupo de Mulheres Negras Dandara no Cerrado.
As atividades do projeto podem ser acompanhadas em sua página no Instagram ou no YouTube.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Mulheres na Ciência Ciências Naturais IQ