Professores destacam inovações no ensino da cartografia
Evento proporcionou compartilhamento de métodos e recursos digitais para aprimorar o ensino de mapas nas escolas
Ricardo Lima
Professores e pesquisadores do Brasil e do Chile se reuniram na última terça-feira (31/10) para discutir a formação docente em cartografia escolar e sua aplicação em sala de aula. O evento "A Cartografia Escolar no Brasil e no Chile: contextos e perspectivas para a formação docente", realizado por videoconferência, também apresentou recursos e estratégias digitais para aprimorar o ensino da cartografia.
O professor do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Denis Richter, discutiu a importância do mapa como uma integração de conteúdo visual e linguagem. "A cartografia é um meio de comunicação com significado social e cultural", pontuou.
Ele destacou seis pontos principais: a cartografia como conteúdo e ferramenta de aprendizagem, o ensino através do mapa, a metodologia de aprendizagem do mapa, a alfabetização e o letramento cartográfico, a distinção entre cartografia euclidiana e não euclidiana, e a importância do pensamento espacial e geográfico.
Já a professora do Instituto Federal do Piauí (IFPI), Lidiane Bezerra Oliveira, enfatizou o processo metodológico de aprendizado do mapa e a importância de seus elementos na alfabetização e no letramento cartográfico. "Ensinar técnicas de mapa e discutir a consciência espacial é crucial", destacou.
Lidiane também abordou as noções espaciais, mencionando a relevância dos atlas escolares e dos livros didáticos de Geografia no processo de ensino. Além disso, explorou os conteúdos escolares e o contexto social dos elementos cartográficos, ressaltando que o mapa é um produto construído socialmente e que reflete fatos e fenômenos. "O mapa é um produto social que transmite uma mensagem de ensino", esclareceu a professora.
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Inovação pedagógica
A professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Marquiana de Freitas Gomes, fez uma apresentação sobre recursos didáticos, explorando novas possibilidades e sentidos no ensino da cartografia. Ela destacou o uso de jogos, story maps e maquetes como ferramentas pedagógicas inovadoras.
A professora enfatizou que o uso dessas ferramentas depende das intenções e dos objetivos do educador. Além disso, ela mencionou as dificuldades espaciais dos estudantes. "Uma das dificuldades dos alunos é terem noção do 3D num mapa ou maquete 2D", ressaltou.
A professora do Instituto Federal Catarinense (IFC), Solange Francieli Vieira, apresentou uma discussão sobre o uso de jogos digitais na educação geográfica. Ela destacou como os jogos, que combinam imagens e estratégias, podem ajudar os alunos a desenvolver uma compreensão mais profunda sobre as cidades e o pensamento geográfico.
Sua pesquisa de doutorado, que analisou a relação com jogos eletrônicos, foi motivada pela crescente inserção dos jovens no ambiente virtual. O objetivo de seu trabalho foi avaliar o potencial didático e pedagógico do jogo digital para alunos do ensino médio.
A docente enfatizou a importância da aprendizagem contextualizada e do desenvolvimento cognitivo da atenção e da imaginação. Ela citou o jogo Cities: Skylines, que trabalha com expansão urbana, saneamento básico e conservação do meio físico, como um potencializador dos processos de aprendizagem. "Jogos ajudam a desenvolver aprendizagem contextualizada, desenvolvimento cognitivo da atenção e imaginação", afirmou.
Mapa tátil desenvolvido para o ensino de pessoas cegas (Imagem: Arquivo Pessoal/Pedro Gabriel)
Discussão e trocas
Por fim, a professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Jaqueline Moritz, explorou o uso das múltiplas linguagens com um foco especial nos story maps. Ela destacou a praticidade desses recursos, que podem ser facilmente compartilhados através de links, redes sociais e até mesmo em formato pdf.
Após as apresentações, iniciou-se uma rodada de troca de ideias e opiniões. As educadoras do Chile contribuíram para a discussão, destacando as semelhanças e diferenças entre os pensamentos cartográficos na educação dos dois países. O próximo encontro, na próxima terça-feira (7/11), será conduzido pelos professores de Geografia do Chile.
O evento é promovido pela Rede de Pesquisa em Cartografia Escolar e pelo Grupo de Estudos de Cartografia para Escolares (Gece), do Laboratório de Pesquisa em Educação Geográfica (Lepeg) do Iesa.
Fonte: Secom UFG
Categorias: Geografia Ciências Naturais Iesa