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Universidade Federal de Goiás
Nanopartícula

Professora explica avanços proporcionados pelas nanopartículas

Em 06/12/23 12:05. Atualizada em 07/12/23 10:11.

Uma das aplicações é como componente de vacinas de mRNA, como a da covid-19

Eduardo Bandeira

As pesquisas envolvendo nanopartículas foram o tema da palestra do último Café com Ciência, projeto de extensão do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Goiás (UFG), realizado às terças-feiras no anfiteatro da unidade acadêmica, no Campus Samambaia. A palestrante foi a professora da Faculdade de Farmácia (FF) da UFG Eliana Martins Lima.

A professora abordou as descobertas envolvendo a utilização do RNA mensageiro (mRNA) que levaram ao Prêmio Nobel. A tecnologia tem sido utilizada por empresas como BioNTech, Pfizer, CureVac e Moderna. Uma das linhas de pesquisa foi a produção de vacinas com mRNA, como o imunizante para a covid-19.

As vantagens do mRNA, de acordo com Eliana, se devem ao fato de ele induzir respostas imunológicas diretas, produzir resultados imunes tanto no nível dos anticorpos quanto no nível celular, expressar antígenos específicos e não precisar entrar no núcleo das células para realizar seu trabalho. Além disso, é mais estável, pode ser aplicado em terapias, vacinas e fabricado em laboratório, e é rapidamente degradável – após cumprir seu objetivo, o mRNA é destruído.

 

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Eliana

Professora Eliana Martins pesquisa nanopartículas na Faculdade de Farmácia da UFG (Foto: Carlos Siqueira)

 

No entanto, existem barreiras em relação ao seu uso. É uma tecnologia complexa e que requer grande infraestrutura, por vezes inviabilizando sua aplicabilidade. Diante desse empecilho, uma alternativa são as nanopartículas lipídicas (LNPs) para auxiliar na eficácia do mRNA.

Como explicou a professora, as LNPs e o RNA se cruzaram na década de 1960. Essas partículas são capazes de ajudar o RNA a atravessar a membrana e promover escape endossomal, pois o RNA precisa fugir do endossoma para não ser destruído. Dessa forma, as LNPs funcionam basicamente como um sistema de entrega do mRNA para dentro das células.

Para que fosse possível produzir as LNPs, diversas partículas foram testadas e seu desenvolvimento se deve aos empreendimentos de Pieter Cullis, do Departamento de Bioquímica da Universidade de Colúmbia.

A atuação de Pieter na área, juntamente com o investimento em terapias via mRNA – muito antes de a prática se disseminar por Robert Langer, fundador da Moderna –, foi, segundo Eliana, o que possibilitou o indescritível avanço no desenvolvimento de inúmeras vacinas.

“Portanto, caso alguém argumente que as vacinas de covid-19 foram feitas muito rapidamente, mencione que, na verdade, o resultado delas vêm de 60 anos de pesquisa. A covid-19 serviu como ‘foguete’ para acelerar o desenvolvimento desse processo, e atualmente essa evolução também vai ajudar no tratamento do câncer, assim como de doenças genéticas que não tinham nenhuma possibilidade de tratamento anteriormente”.

 

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* Crédito da foto de capa: iStock.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Tecnologia IF FF