Empresa incubada na UFG se destaca com uso inovador de resíduo do cacau
Proposta da Nutricandies venceu Programa ProLíder e receberá aporte financeiro da Fundação Cargill
William Correia
A proposta inovadora de uma empresa incubada na Universidade Federal de Goiás (UFG), baseada no resíduo do cacau (mel de cacau), têm se destacado nacional e internacionalmente. A startup Nutricandies foi fundada em 2017 por Gustavo Henrique Rocha, atualmente mestrando em Ciência e Tecnologia de Alimentos na UFG, e incubada no Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) entre 2018 e 2021.
Uma das propostas é a de usar o mel de cacau como adoçante nutritivo e principal substituto para o açúcar comum. No último mês de dezembro, ela foi selecionada na Banca de Negócios Avançados do Programa ProLíder.
No início do ano passado, Gustavo foi um dos selecionados entre quase 16 mil inscritos para participar da jornada de formação promovida pelo Instituto Four. O programa, voltado à formação de lideranças e empreendedorismo em âmbito nacional, contemplou outros 79 candidatos com uma bolsa de estudos em São Paulo para participar de atividades diversas durante sete meses.
Ao fim do ciclo, Gustavo e outros jovens líderes apresentaram a Nutricandies diante de uma comissão especializada em inovação, tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo, o que garantiu, além do reconhecimento, um prêmio de R$ 10 mil.
Antes, em novembro de 2023, a Nutricandies foi uma das 13 propostas selecionadas pela Chamada Semeia, da Fundação Cargill, que identifica e estimula o desenvolvimento de iniciativas socioambientais e negócios de impacto alinhados ao fortalecimento de sistemas alimentares seguros, sustentáveis e acessíveis.
Agora, o projeto receberá um aporte financeiro de R$ 150 mil a fim de executar o projeto Unidade Móvel de Transformação do "Mel de Cacau" para o Desenvolvimento de Adoçante Nutritivo, com atuação em Goiás e na Bahia.
A escolha na chamada considerou a intenção dos projetos de lidar com questões sociais ou ambientais e temas como inclusão, diversidade, direitos humanos e que sirvam de alguma forma aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Outra iniciativa goiana selecionada foi o Semeando Futuros, que visa promover a conscientização sobre sustentabilidade como ferramenta para uma educação socioambiental e uma alimentação nutricionalmente adequada nas escolas.
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Estudante de pós-graduação da UFG, Gustavo Rocha, durante mentoria em Nova York (Foto: Arquivo Pessoal)
Elixir Foods
Originalmente, a Nutricandies era focada em desenvolver cremes de chocolate com vegetais como cenoura, couve e beterraba, usando uma tecnologia de baixo custo que mantém o sabor do chocolate.
Em 2022, a Elixir Foods, spin-off da Nutricandies, começou a expandir esse escopo a partir da criação de um novo tipo de adoçante natural, o que levou o projeto a ser um dos vencedores da 9ª Olimpíada de Empreendedorismo Universitário (OEU) da UFG e a ganhar o direito à pré-incubação no CEI. Em 2023, a Elixir Foods foi absorvida pela Nutricandies.
A Nutricandies, também por meio do projeto Elixir Foods, já recebeu o apoio do Programa Centelha GO 2, executado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), com o aporte de quase R$ 100 mil reais em forma de subvenção e bolsas de pesquisa.
A empresa também trabalha em colaboração junto à UFG por meio do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação, no intuito de investir maciçamente em pesquisa e desenvolvimento relacionados a alimentos regenerativos.
A Elixir Foods ainda foi premiada internacionalmente em 2022 e venceu o prêmio global de Economia Circular da Thought For Food, que busca soluções capazes de auxiliar na alimentação de 10 bilhões de pessoas até 2050. O feito ocorreu após a Elixir representar o Brasil como único projeto das Américas em Nova York, sendo uma das startups reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) por auxiliar na transformação do sistema agroalimentar.
* Crédito da foto de capa: USDA/Divulgação.
Fonte: PRPI
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