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Universidade Federal de Goiás
Revista Pihhy

Núcleo Takinahakỹ coordena publicação de revista indígena

Em 25/01/24 16:22. Atualizada em 25/01/24 16:25.

Hospedada no site do Ministério da Cultura, Revista Pihhy terá conteúdo de indígenas de diferentes campos de atuação

Da Redação, com informações do MinC

"Pihhy", em mehi jarka, língua falada pelo povo Mehi-Krahô, significa semente e é o nome escolhido para a revista multimídia que inaugura o Programa Conexão Cultura e Pensamento. A iniciativa é uma parceria entre o Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli) e do Curso de Educação Intercultural, do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena, da Universidade Federal de Goiás (UFG). O lançamento ocorre na segunda-feira (29/1), em formato virtual. As inscrições podem ser feitas aqui.

Inspirado em ações anteriores, como o Programa Cultura e Pensamento, o projeto tem o objetivo de fortalecer espaços públicos de reflexão e diálogo em torno de temas importantes da agenda contemporânea. A atualização deste escopo se inicia pela difusão desta revista multimídia, que será alimentada com conteúdos produzidos por indígenas de diferentes campos de atuação e inaugura o estímulo à criação, produção e circulação, entre múltiplos territórios, baseados em conhecimentos plurais e ancestrais, deixando evidente a complexidade e o valor da pluralidade epistemológica existente no Brasil.

A Revista Pihhy disponibilizará materiais na língua portuguesa, bilíngues ou plurilíngues, e em inglês, em edições mensais, em uma versão digital hospedada no Portal do MinC na internet. O ambiente tratará temas como educação, direito, conhecimentos, política, ciência, artes, dentre outros, por meio de algumas categorias como: Já me transformei em Imagem; Mestres de Cultura; Cadernos Educativos; Literatura Indígena; A Palavra da Mulher é Sagrada; Vibrações, Sons, Corpos e Direitos Indígenas.

 

Revista Pihhy

Identidade visual da Revista Pihhy: publicação será hospedada no site do Ministério da Cultura (Imagem: Divulgação)

 

Conexão

"O Ministério da Cultura tem um papel importante no fomento à produção e difusão do conhecimento. Não há políticas públicas sem os ambientes de reflexões críticas e inventivas para a qualificação de nossas políticas culturais. O programa Conexão, Cultura e Pensamento foi buscar como referência o programa Cultura e Pensamento que exerceu um papel vital em gestões anteriores na articulação de instituições e pesquisadores que estavam produzindo em torno dos temas da cultura. A novidade que apresentamos aqui é trazer a percepção inscrita na palavra conexão", destaca o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba.

Ele destaca que, para além da produção do conhecimento, esta é uma possibilidade de estabelecer conexões entre saberes, fazeres e territórios distintos, gerando confluências e encontros na promoção do que se produz nas mais diversas áreas do conhecimento no sentido de promover não só a diversidade cultural, mas também a diversidade do conhecimento, das ciências. "A Pihhy é nossa primeira roça indígena para a gente arar um pensamento mais orgânico e diverso nesta parceria do MinC com a UFG". Além da plataforma digital, o Programa deve englobar outras ações, no sentido de fortalecer a produção de conhecimentos e de promover a difusão de culturas locais, inclusão social e diversidade das manifestações artísticas e culturais, conforme orienta as atribuições da Sefli e da Diretoria de Educação e Formação artística do MinC.

O nome Pihhy foi escolhido no contexto do próprio curso intercultural. O secretário Fabiano Piúba enfatiza essa escolha, salientando que "a semente está associada às ideias de criação, cultivo, colheita e aos ciclos da vida e do tempo. Ela tanto pode ser uma semente de jatobá ou de sumaúma, como pode ser uma semente de gente, de pessoa, pois tudo é natureza e cultura. Se a natureza faz o tempo, a cultura faz o cultivo, o saber-fazer-viver. Ou seja, não podemos mais despregar a reflexão crítica dos ciclos vitais dos saberes e fazeres culturais e tampouco dos saberes da própria natureza. A nossa primeira roça é indígena, a segunda será quilombola e todas serão confluências", detalha, ao falar da alimentação da plataforma em anos subsequentes a 2024.

"Trata-se de um projeto inovador e de vanguarda porque promove a pesquisa, o registro e a sistematização desses saberes ancestrais que foram, no violento processo histórico e colonial, apagados, adormecidos ou invisibilizados no país. Ele traz à tona, então, pensamentos plurais e diversos sobre temas fundamentais para o mundo contemporâneo, como a sustentabilidade, a relação com a natureza, a democracia e o bem viver", explica o professor Alexandre Herbetta, um dos coordenadores da proposta. Gilson Ipaxi'awyga, professor da Educação Intercultural, membro do povo indígena Tapirpé e um dos coordenadores de conteúdo da revista, finaliza afirmando que a publicação é uma oportunidade de difundir os conhecimentos indígenas, de maneira a refletir sobre as diversas maneiras de se fazer ciência.

Programação:

8h – 11h: Lançamento da Revista Pihhy
Falas de autoridades, de representantes institucionais e da coordenação, apresentando a proposta da revista e a 1º edição.
Mesa virtual com autores e autoras participantes da edição.

14h – 17h: Mesa-redonda presencial "Possibilidades de uma pluriversidade para o fortalecimento da democracia e do bem viver" – Bruno Kaingang, Naine Terena, Edson Kayapó e Creuza Prumkuyw Krahô
A mesa busca refletir sobre a importância fundamental da valorização de outras matrizes epistemológicas e da articulação de conhecimentos pluriepistêmicos para a real democratização de instituições brasileiras, e, também, sobre os intensos e regulares processos de violência epistêmica, ainda presentes em espaços de conhecimento vinculados ao estado.

Transmissão ao vivo no Canal do Núcleo Takinahakỹ UFG.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Conexão Humanidades Núcleo Takinahaky Notícia 6