Evento discute ética na relação entre democracia e estado
Discussões antecedem a 1ª Cúpula Internacional de Ética no Setor Público
Eduardo Bandeira
A Universidade Federal de Goiás (UFG) sediou, na última terça-feira (30/1), o pré-evento da 1ª Cúpula Internacional de Ética no Setor Público, a Etos Goiás, com discussões sobre os desafios éticos nas relações entre democracia e estado. O evento é uma realização do governo de Goiás.
Estiveram presentes na cerimônia o secretário-geral do governo estadual, Adriano Rocha Lima, o controlador-geral do estado, Henrique Ziller, a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, e o diretor da Faculdade de Filosofia (Fafil) da UFG, Anderson de Paula Borges.
Na abertura da solenidade, Adriano Rocha Lima falou sobre a importância dos temas em pauta e defendeu a discussão da Inteligência Artificial para evitar danos ao ser humano. Já Henrique Ziller discorreu sobre o princípio da legalidade e os desafios em definir onde ele se aplica diante de diferentes situações.
A reitora da UFG destacou a significativa presença de estudantes e professores. O momento, de acordo com ela, é uma oportunidade para superar as barreiras que existem entre o estado e o servidor público.
Reflexões
A programação seguiu com reflexões sobre tópicos relacionados, com mediação do professor Anderson Borges. Os integrantes foram os professores Márcia Zebina e Cristiano Rezende, ambos da Fafil, Francisco Tavares, da Faculdade de Direito (FD), e Maria Clara Dias, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A professora Márcia Zebina propôs uma reflexão sobre o assunto "Ética e Respeito: devemos amar o nosso inimigo?". Ela trouxe à tona o contexto político atual, que frequentemente se desdobra em uma dicotomia de amor e ódio, especialmente nas redes sociais.
Márcia esclareceu que ódio gera dinheiro e por isso o capitalismo é capaz de lucrar com a crescente intolerância, pois os indivíduos fazem julgamentos morais o tempo inteiro. Sua análise levantou alguns questionamentos: se podemos fundamentar as normas morais que regem a comunidade na religião; qual a base da ética se não a religião; e se o ódio produz tanto dividendos sociais quanto políticos.
Inteligência Artificial
Na sequência, Francisco Tavares falou sobre o tópico "Ética na Sociedade da Inteligência Artificial: desafios para a democracia e a legitimidade da atuação estatal". Sua exposição abordou a governamentalidade algorítmica e as noções de descolamento entre ética e política.
Cristiano Rezende deu continuidade às discussões, explorando a relação entre ética, afeto e convivência, levantando questões sobre como a ética dos afetos se correlaciona com o indivíduo e a sociedade. Por fim, Maria Clara Dias provocou reflexões sobre os princípios e valores que sustentam a democracia, lançando luz sobre questões essenciais relacionadas à governança democrática.
* Crédito da foto de capa: Suri_Studio (Shutterstock).
Fonte: Secom UFG
Categorias: Etos Goiás Institucional Fafil FD