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Universidade Federal de Goiás
Laboratório diptera

Laboratório da UFG se destaca na descoberta de novas espécies de moscas

Em 08/07/24 15:04. Atualizada em 08/07/24 15:04.

Pesquisadores realizam seus projetos no Instituto de Ciências Biológicas (ICB)

Caio Rabelo
Eduardo Bandeira

Coordenado pelo professor Diego Aguilar Fachin, o Laboratório de Sistemática e Biodiversidade de Diptera (LSBD) tem se destacado pelas descobertas científicas em relação aos insetos. Localizado no Instituto de Ciências Biológicas (ICB I) da Universidade Federal de Goiás (UFG), as pesquisas desenvolvidas pelo laboratório já identificaram cerca de 50 espécies de moscas nunca antes catalogadas no estado de Goiás.

Para obter os insetos, os pesquisadores colocam armadilhas em lugares estratégicos. Após algumas semanas a armadilha é retirada e seu conteúdo, colocado em potes contendo álcool para conservação. Em geral, a preferência é para lugares que nunca foram amostrados. Em Goiás destacam-se os parques estaduais – um deles é o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco.

De acordo com o coordenador do laboratório, um dos motivos para as pesquisas na região gerarem resultados extraordinários é a falta de estudos e descrição da biodiversidade de insetos no estado de Goiás.

Os dados obtidos estão relacionados aos principais resultados do laboratório, que já realizou inventário de fauna, listagem de espécies e descrição de espécies novas. "De modo geral, a importância desse tipo de trabalho é disponibilizar essa informação de biodiversidade, não só de moscas, mas de todos os grupos de insetos, principalmente para a preservação", destaca Diego.

 

Laboratório diptera

Parte do acervo do Laboratório de Sistemática e Biodiversidade de Diptera da UFG (Foto: Eduardo Bandeira)

 

Iniciação científica

O LSBD também é importante para o desenvolvimento de projetos de iniciação científica. Para estudantes como Amanda Silva Alves, graduanda de Licenciatura em Ciências Biológicas, a participação nesse tipo de iniciativa é uma maneira de explorar áreas que levarão a decisões mais esclarecedoras sobre a carreira no futuro.

"Na iniciação científica nós não só participamos de forma direta como também aprendemos a fazer trabalhos acadêmicos, e com a orientação do professor podemos identificar cada espécie, conhecer uma área de pesquisa, o que é muito bom para o nosso currículo".

Esse foi o primeiro projeto de iniciação científica de Amanda, que começou como voluntária realizando a separação de amostras coletadas em ordens de insetos. Recentemente, ela participou de uma pesquisa que listou 37 espécies de sirfídeos, as moscas-das-flores, para o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, que podem ser encontradas inclusive no Câmpus Samambaia.

Para a identificação de novas espécies, os alunos precisam estudar os grupos de insetos já existentes e, a partir disso, tornam-se especialistas em determinado grupo. Atualmente, o acervo de insetos do ICB, que fica no prédio do ICB I, incluindo besouros, borboletas, vespas, abelhas e moscas, conta com cerca de 20 mil exemplares alfinetados e organizados em gavetas.

Além dos estudantes do curso de Ciências Biológicas (Bacharelado e Licenciatura), participam ou já participaram das atividades do LSBD graduandos de Ecologia, Análise Ambiental e Agronomia.

Espécies em extinção

O LSBD atua no campo da ciência básica, particularmente com a descrição da biodiversidade e a produção de dados que serão usados por outros pesquisadores. Mas Diego chama a atenção para um problema: a destruição contínua do Cerrado. A consequência é a extinção de espécies que sequer foram descobertas e que podem ser de grande importância ecológica.

"É fundamental que desenvolvamos estudos em taxonomia que sejam contínuos, porque o tempo de formação dos alunos, nossos futuros pesquisadores, e a produção de conhecimento nessa área é mais demorado. Precisamos que as pesquisas comecem e continuem para que não haja lacunas de conhecimento, e isso só acontece a partir de investimentos e preservação de acervos biológicos em locais específicos, como um Museu de História Natural, para fomentar pesquisas e expandir a interação com a população", explica o professor.

LSDB em São Paulo

A estudante de Ciências Biológicas Lorenna Tavares da Silva, participante do LSDB, foi uma das contempladas para o programa MZ Brasil em 2023. Promovido pela Universidade de São Paulo (USP), a iniciativa seleciona estudantes de todos os lugares do Brasil para participar de um treinamento de curadoria de coleções biológicas. O curso é realizado no Museu de Zoologia da USP.

O grupo de estudo de Lorenna no LSDB são os besouros. Depois da capacitação, a graduanda diz se sentir mais confiante em sua área de atuação. "Hoje me sinto mais segura de estar dentro de uma coleção, porque eu sei como funcionam os processos".

"Lá conhecemos todo o museu, aprendemos sobre curadoria de coleções biológicas, como funciona todo o processamento, desde a coleta até o laboratório e a incorporação desses espécimes nas coleções. Tivemos momentos com grandes especialistas para poder incrementar a experiência", relata.

O Museu de Zoologia da USP tem uma das maiores coleções biológicas do Brasil e trabalha com a tríade ensino, pesquisa e extensão, contando com exposições e um programa de pós-graduação.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Ciências Naturais ICB Notícia 5