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Universidade Federal de Goiás
Pesquisa Frescobol (Foto: Sara Moraes)

Pesquisa analisa potencial do frescobol em aulas de Educação Física

Em 07/08/24 09:41. Atualizada em 07/08/24 15:54.

Esporte não competitivo pode contribuir para a pedagogia da cooperação nas escolas, segundo o estudo

 

Pesquisa Frescobol (Foto: Sara Moraes)

A pesquisa incluiu o frescobol na matriz curricular do 5º ano do ensino fundamental em uma escola da Rede Municipal de Goiânia (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Jayme Leno
Carolina Melo

São em eventos de competição, como as Olimpíadas, que fica evidente o papel fundamental do esporte para a formação educacional e social de crianças e jovens. No entanto, uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) propõe a adoção, no espaço escolar, de um jogo não competitivo, não hegemônico e de origem brasileira – o frescobol –, como componente para uma pedagogia da cooperação e da inclusão.

A pesquisa foi realizada por Sara Caroliny Marques Moraes no Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica (PPGEEB) do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) da UFG. O estudo, orientado pelo professor Alcir Horácio da Silva, propõe uma inovação pedagógica com a introdução do frescobol nas aulas de Educação Física, geralmente direcionadas aos esportes tradicionais de rendimento.

A intervenção pedagógica proposta pela pesquisa resultou na produção do e-book "O frescobol e sua prática pedagógica na escola", disponibilizado na dissertação e no portal EduCapes. O material propõe uma sequência didática que pode ser direcionada aos estudantes do 5º ano do ensino fundamental.

 

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Frescobol

Sara Moraes em sala de aula: pesquisa propõe sequência didática que pode ser direcionada a estudantes do ensino fundamental (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Prática nacional

O frescobol, que nasceu nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), na década de 1940, enfatiza a cooperação e o apoio mútuo, diferente da natureza competitiva dos esportes tradicionais, explica Sara Moraes. Para a execução da pesquisa no 5º ano do ensino fundamental em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Goiânia, o jogo foi introduzido na matriz curricular escolar, como uma forma alternativa às práticas hegemônicas que dominam as aulas de Educação Física, como futebol, vôlei, basquete e handebol.

Apesar da relevância cultural, o frescobol é um esporte marginalizado em relação aos demais. "A gente até costuma dizer que ele é o primo pobre do beach tennis", brinca a pesquisadora.

A implementação do esporte na escola resultou em uma proposta metodológica de ensino. "Foi elaborado um produto educacional na configuração de sequenciador didático, contemplando aspectos históricos, sociais, culturais, técnicos, de lazer e performance esportiva, bem como a ludicidade e cooperatividade pertencentes à essência do jogo", afirma Sara.

A pesquisa identificou desafios na implementação do esporte na escola, que vão desde a falta de recursos materiais até a resistência inicial dos estudantes que estão habituados aos esportes hegemônicos. Embora um bimestre de aula sobre a prática esportiva não seja suficiente para mudar a lógica preferencial dos esportes escolares, de acordo com o estudo, ele pode contribuir para a diversificação dos conteúdos e a ampliação das práticas pedagógicas, promovendo um ambiente mais inclusivo e cooperativo.

 

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Frescobol

Aula prática de frescobol: modalidade é alternativa a esportes tradicionais na escola, com foco na cooperação e na solidariedade (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Valores de cooperação

A cumplicidade pode ser identificada em esportes coletivos de rendimento, que também são capazes de construir valores de cooperação. Mas, no caso do frescobol, há ainda o fato de ser um jogo não competitivo. "Por ser um esporte cooperativo, promove valores como a solidariedade e o trabalho em equipe, que são essenciais para a formação integral dos alunos. Além disso, ele oferece uma alternativa aos esportes convencionais, que muitas vezes são marcados pela competição acirrada", afirma a pesquisadora.

"Durante as aulas, percebemos que os alunos começaram a valorizar mais a cooperação e o respeito pelo outro, elementos fundamentais não só no frescobol, mas em todas as esferas da vida", observa a autora, que teve como meta contribuir para a construção de um ambiente educacional mais inclusivo e estimulante para todos os estudantes.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Esporte Humanidades Cepae Destaque