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Universidade Federal de Goiás
Coronavírus

Pesquisa desenvolve partícula que "engana" vírus da covid-19

Em 15/08/24 09:45. Atualizada em 03/10/24 16:19.

Premiado internacionalmente, estudo pode criar plataforma para evitar infecções pulmonares por vírus respiratórios

William Correia

Um estudo realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) propõe o desenvolvimento de nanopartículas produzidas com fragmentos de membranas de células pulmonares para imitar a célula hospedeira e capturar o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2), impedindo que ele infecte as células do trato respiratório.

A ideia é que as partículas, consideradas inovadoras, funcionem como um "disfarce", com capacidade de atrair o vírus e promover a ligação da proteína responsável pela infecção. Embora, neste caso, a estratégia tenha sido aplicada a um vírus específico, a plataforma poderá se tornar mais ampla e abranger outros que também afetam os pulmões.

A pesquisa é desenvolvida pela doutoranda do PPGCF, Mariana Salomão, sob orientação da professora Eliana Martins Lima.

 

Leia também: Pesquisa da UFG abre novas perspectivas para tratamento de doenças pulmonares

 

Prêmio

Reconhecimento: professora Eliana Martins Lima e doutoranda Mariana Salomão durante evento em Bolonha, na Itália (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Reconhecimento

O trabalho foi premiado no Controlled Release Society Annual Meeting and Exposition (CRS 2024), realizado em julho na cidade de Bolonha, na Itália. Trata-se do maior evento mundial da área de formulações e inovação em tecnologia de medicamentos, vacinas e outros sistemas de liberação controlada.

O trabalho foi um dos 35, dentre mais de 1,5 mil apresentados no decorrer do evento, a receber uma distinção especial, chamada "unicórnio". O reconhecimento é uma espécie de selo de excelência para pesquisas conduzidas por jovens cientistas, os quais foram reconhecidos e enaltecidos durante a cerimônia de encerramento.

Na mesma ocasião, Mariana ainda viu seu trabalho ser um dos três selecionados e reconhecidos pela Royal Society of Chemistry (RSC), do Reino Unido, outra importante sociedade científica.

"O sentimento é de orgulho em representar a UFG num evento tão grande e relevante, mostrando para o mundo que ciência de qualidade também é feita no Brasil. Esse reconhecimento me aponta que estou no caminho certo e me sinto honrada em poder inspirar outros jovens cientistas", diz a pesquisadora.

A professora Eliana Martins Lima afirma que acompanhar o sucesso dos estudantes é uma das maiores recompensas que pode receber. "É também um testemunho da qualidade do trabalho que desenvolvemos na UFG e do impacto que ele tem e pode ter para muito além das nossas fronteiras", complementa.

Eliana também coordena o Laboratório Centro de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Fármacos, Medicamentos e Cosméticos (FarmaTec), que é parte do Centro de Pesquisas Laboratórios Integrados de Inovação em Ciências Farmacêutica (Life), localizado no Parque Tecnológico Samambaia (PTS) da UFG.

Fonte: PRPI

Categorias: Farmácia Ciências Naturais FF Destaque