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Universidade Federal de Goiás
Luís Augusto

Conservadorismo ainda domina política em Goiás

Em 11/10/24 13:52. Atualizada em 11/10/24 15:33.

Análise do resultado das eleições 2024 para as prefeituras dos municípios goianos

Luís Augusto Vieira

No último domingo (6/10) ocorreram as eleições municipais Brasil afora. Dados de 2024 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atestam que eram mais de 155 milhões de eleitores aptos a votar, distribuídos em 5.569 municípios, mas votaram de fato mais de 120 milhões de brasileiros.

No estado de Goiás, eram mais de 5 milhões de eleitores aptos, distribuídos em seus 246 municípios. Votaram, no entanto, 3.927.414 eleitores e 1.199.021 se abstiveram – digno de registro é que na capital, Goiânia, o número de abstenções superou a votação do primeiro colocado: 290.868 goianienses se abstiveram, enquanto 214.253 votaram (ao que consta, essa foi uma realidade na maioria das capitais brasileiras).

Diferente do que ocorreu no país, não foi o PSD de Gilberto Kassab o campeão no número de prefeituras de Goiás, mas sim o União Brasil de Ronaldo Caiado, sendo o PSD vitorioso em apenas três municípios (mesmo número que o PT) e o União em 94 municípios. O segundo partido com maior número de prefeitos eleitos foi o MDB, com 47, e o PL de Valdemar Costa Neto/Bolsonaro levando a melhor em 27 municípios, ficando na quarta colocação. No mais, as demais prefeituras ficaram com partidos ditos de centro-direita e direita.

Dos 15 maiores municípios em números de eleitores, o União levou dez, sendo que dos únicos três com mais de 200 mil eleitores, que terão segundo turno, o União concorre em um. Os municípios são, respectivamente: Goiânia, com a disputa entre PL e União Brasil; Anápolis, com o PL disputando com o PT; e Aparecida de Goiânia, com o PL disputando com o MDB.

Isso nos mostra que, a despeito da força política de Caiado e do União Brasil, o PL e o bolsonarismo ecoam forte nos grandes centros urbanos do estado. Afinal, está disputando nas três maiores cidades, sem contar que muitos eleitores podem ter optado pelo candidato apoiado por Caiado nessas eleições municipais, mas não é garantia de mesmo voto nas eleições federal.

E dessa brevíssima exposição depreende-se que: o conservadorismo, ombreado com o reacionarismo, são dominantes na política do estado; Caiado/União Brasil, antes com dificuldades políticas e eleitorais, reafirmam sua liderança política local; Bolsonaro/PL, a se pensar nas disputas do PL nos maiores colégios eleitorais, se colocam como outra força conservadora na disputa pela hegemonia do estado; o MDB, do vice-governador Daniel Vilela, mantém base importante de prefeituras, engrossando o coro do governador; o PT e as esquerdas, como no dito popular, "não fazem sombra" no estado, ao menos do ponto de vista das eleições municipais; e, embora não citado acima, o PSDB, antes governante no estado, com suas sete prefeituras, vai de mal a pior, urgindo correções de rota.

 

Luís Augusto Vieira é professor e coordenador do curso de Serviço Social da Unidade Acadêmica Especial de Ciências Sociais Aplicadas, Câmpus Goiás da UFG. É assistente social e doutor em Serviço Social pela PUC-SP.

 

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Fonte: Câmpus Goiás

Categorias: artigo Câmpus Goiás