UFG para Goiás e para o Brasil
Aos 64 anos, Universidade celebra conquistas e se projeta para o futuro
Angelita Pereira de Lima
A Universidade Federal de Goiás completa seus 64 anos tendo sido a primeira universidade pública criada na região Centro-Oeste, tornando-se uma referência em ensino, pesquisa e extensão. Com uma comunidade acadêmica composta por cerca de 40 mil pessoas, oferta 109 cursos de graduação, mais de 200 cursos de pós-graduação (doutorados, mestrados e especializações) e, ainda, a educação básica. Conta com cerca de 250 laboratórios de pesquisa e mais de 350 laboratórios de ensino de graduação em todas as áreas do conhecimento, produzindo anualmente mais de 4 mil publicações científicas.
Com a recomposição orçamentária no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a UFG deixou de ser refém do déficit orçamentário e iniciou 2024 com suas contas básicas de custeio equilibradas. O resultado é que a instituição voltou seu foco para as ações estruturantes e retomou as obras de manutenção e recuperação do espaço físico, antes inviabilizadas pelas restrições orçamentárias. O marco simbólico dessa retomada é a reinauguração do Salão Nobre da Faculdade de Direito, que foi totalmente reformado e entregue à comunidade neste mês de dezembro.
No âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento para as Universidades, a UFG foi contemplada com três obras: o restaurante universitário do campus Aparecida de Goiânia; a construção do Centro de Aulas do campus Cidade de Goiás; e a aldeia intercultural, um espaço para estudantes indígenas, com auditório e alojamento, no campus Samambaia, em Goiânia. Além disso, a UFG foi a única, no Centro-Oeste, a ser contemplada com um novo campus em Cidade Ocidental, cuja sede provisória foi inaugurada em 14 de dezembro, data do aniversário da UFG. O novo campus ofertará os cursos Engenharia de Software, Administração Pública, Gestão em Segurança, Segurança Cibernética, Gestão em Saúde Digital e Inteligência Artificial para Gestão Pública.
Nossa instituição recebeu, ao lado da Universidade de São Paulo (USP) e das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Pará (UFPA) e do Rio Grande do Norte (UFRN), o Prêmio Capes/Clarivate de Contribuição Científica ao Acesso Aberto. Isso significa que a UFG é a primeira da Região Centro-Oeste no que se refere às citações científicas de alto impacto, em acesso aberto. Em recente levantamento, nove pesquisadores da UFG foram destacados entre os mais citados do mundo em suas respectivas áreas de atuação.
Soma-se a isso, o fato de que 75% dos cursos de graduação avaliados pelo MEC, em 2024, obtiveram nota máxima. A excelência na graduação, na pesquisa e na extensão é reconhecida nacional e internacionalmente, posicionando a UFG entre as 5% maiores e melhores universidades do mundo. Esse reconhecimento se reflete nas parcerias e no financiamento das agências de fomento. Somente junto aos editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em 2024, a UFG aprovou projetos de pesquisa que somam cerca de R$ 50 milhões. A UFG conta, também, com apoio continuado de parlamentares das três casas legislativas, por meio de emendas parlamentares para desenvolver projetos e solucionar problemas de infraestrutura.
Recentemente, criamos o Observatório dos Povos Indígenas de Goiás; ampliamos a parceria internacional com a China, com forte perspectiva de atuação na área da agricultura familiar, e somos uma das três universidades brasileiras, ao lado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e UFRGS, a integrar o Pacto Global de Combate à Fome. Na área de saúde, foram mais de 700 mil procedimentos realizados em 2024 pelo Hospital das Clínicas e os serviços do Centro de Referência em Oftalmologia (Cerof) passaram a ser regulados pelo Estado, agora com a possibilidade de atender todas as cidades goianas. Todos eles, cem por cento SUS.
A UFG ainda formou a primeira turma do Bacharelado em Inteligência Artificial do Brasil; passamos a abrigar um Centro de Competência em Tecnologias Imersivas para Mundos Virtuais; sediamos o mais avançado laboratório de computação de alto desempenho na região, o LaMCAD. Para preparar a universidade para o seu desenvolvimento para o futuro, está em curso a elaboração do seu plano diretor para o período 2025/2035.
Esse cenário sinaliza que a UFG de hoje está honrando os 64 anos de história, com muitas lutas e realizações, e dando substância ao sonho de Colemar Natal e Silva, que vislumbrou uma Universidade para Goiás e para o Brasil. Os desafios são imensos. Mas, diante das boas notícias, não há espaço para o pessimismo.
Angelita Pereira de Lima é reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Este artigo foi originalmente publicado em O Popular, na edição do dia 21 de dezembro de 2024.
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