O conteúdo desse portal pode ser acessível em Libras usando o VLibras
Icone Instagram
Ícone WhatsApp
Icone Linkedin
Icone YouTube
Universidade Federal de Goiás
Pequi em pó

Pequi em pó é estratégia inovadora na indústria alimentícia e farmacêutica

Em 27/03/25 09:07. Atualizada em 28/03/25 14:26.

Diferencial da técnica está na preparação da amostra do fruto; técnica pode ser utilizada em outros alimentos

 

Pequi em pó

Roberto Braz estuda o pequi em pó no Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimento da UFG (Foto: Arquivo Pessoal)

 

Kharen Stecca

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) está desenvolvendo uma técnica que deve dar origem a uma patente para a preparação de alimentos em pó. O primeiro alimento que está sendo estudado é o pequi. A técnica inovadora tem o diferencial de diminuir a perda de nutrientes e conservar suas características in natura.

O desenvolvimento do produto ocorre por meio da microencapsulação em spray drying, um processo de secagem muito utilizado na indústria alimentícia para transformar líquidos em pó, com a ajuda de equipamentos já conhecidos no mercado. A versão garante maior durabilidade e facilita o transporte e armazenamento.

A pesquisa é realizada pelo professor e coordenador do projeto na Escola de Agronomia (EA), Flávio Alves da Silva Filho, pelo pesquisador da UFG Julio Cesar Briceno e pelo engenheiro de alimentos Roberto Braz da Silva.

 

Leia também: Fungo de orquídeas do Cerrado apresenta potencial como bioinsumo agrícola

 

Pequi em pó

À esquerda, o típico fruto do Cerrado in natura; à direita, o pequi em pó desenvolvido por pesquisadores da UFG (Fotos: Arquivo Pessoal)

 

De tempero a medicamento

Flávio conta que, desde que entrou na Universidade, esta é uma das ideias que tinha vontade de realizar: transformar o pequi em pó e criar assim um tempero valioso para a indústria de alimentos e para a gastronomia. Ele também pode ser usado na fabricação de molhos como maionese e ketchup, além da produção de bebidas.

"Eu gosto muito do pequi, acredito que podemos desenvolver algo que seja comercializado e utilizado no mercado nacional e internacional gastronômico, tal qual a cúrcuma, por exemplo", explica o professor. Ele também ressalta que o pó tem aroma e sabor mais suaves, o que pode aumentar a aceitação do produto, inclusive por pessoas que normalmente não apreciam o fruto.

Além de agregar sabor na culinária, o pequi em pó tem diversos nutrientes, como antioxidantes e vitamina A. No setor farmacêutico, o pó também pode ser utilizado na preparação de suplementos e medicamentos para o tratamento de inflamações e distúrbios metabólicos, além de protetores solares, hidratantes e cremes anti-idade.

O pequi, segundo o pesquisador, tem diversas características que o tornam um alimento de grande valor nutricional: atividade antioxidante, presença de ácidos graxos insaturados como o ácido oleico, importante para a saúde cardiovascular, efeito anti-inflamatório e neuroprotetor, rico em betacaroteno, importantes para pele e visão, além de contribuir para a imunidade e para recuperação depois de exercícios físicos.

 

Confira o processo de produção do pequi em pó:

 

 

Viabilidade de utilização industrial do pequi

Por ser um fruto silvestre, a disponibilidade do pequi pode ser um desafio. No entanto, o professor ressalta que há iniciativas e estudos sobre o plantio de pequizeiros, incluindo variedades sem espinhos desenvolvidas pela Emater, o que pode garantir um fornecimento mais constante para a indústria.

Além disso, por meio de parcerias com outras instituições, como o Instituto Federal de Goiás (IFG) Câmpus Inhumas, envolvendo professores e estudantes de graduação e do ensino médio, foi possível aplicar o pó de pequi no desenvolvimento de diversos alimentos. Entre eles estão uma farinha enriquecida com pequi para a produção de salgados, ketchup com sabor de pequi e um tempero sazonador para carnes.

"A perspectiva de viabilidade econômica do processamento do pequi em pó pode incentivar ainda mais o cultivo da fruta", ressalta Flávio.

Pesquisas relacionadas

A indústria, segundo o professor da UFG, já tem condições de utilizar a técnica em larga escala. "Esperamos que em pouco tempo tenhamos a patente do produto e possamos encaminhá-la ao mercado". O estudo já está sendo feito há mais de um ano e espera-se que em pouco tempo chegue à indústria.

Além da polpa, que já tem um estudo mais adiantado, também está sendo estudado o aproveitamento da casca do pequi e outros frutos, como o jambo. Segundo ele, o jambo, além da cor, que é bem interessante na culinária, também é rico em antocianina, um importante flavonoide com ação antioxidante.

Outros projetos já estão com orçamentos aprovados em iniciativas mais amplas, com mais de 30 pesquisadores envolvidos, e devem ser estudados pela UFG. Entre os alimentos que serão pesquisados estão o cajuzinho do Cerrado, a gabiroba e o baru, todos alimentos típicos goianos. As pesquisas têm apoio das agências de diversas instituições de fomento, como Capes, CNPq e Fapeg.

 

Receba notícias de ciência no seu celular
Siga o Canal do Jornal UFG no WhatsApp e nosso perfil no Instagram.

É da UFG e quer divulgar sua pesquisa ou projeto de extensão?
Preencha aqui o formulário.

Comentários e sugestões
jornalufg@ufg.br

Política de uso
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal UFG e do autor.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Tecnologia de alimentos Tecnologia EA Notícia 3

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.