
Projeto contribui para o controle da toxoplasmose gestacional
Iniciativa do Iptsp/UFG promove educação em saúde como aliada à prevenção secundária por T. gondii
Professores e pesquisadores integrantes do Laboratório de Estudo da Relação Parasito Hospedeiro do Iptsp (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria Eduarda Silva
Um projeto de extensão do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (Iptsp/UFG) realiza estudos epidemiológicos e laboratoriais de gestantes e recém-nascidos com suspeita de toxoplasmose gestacional e congênita. Coordenado pela professora Ana Maria de Castro, do Departamento de Biociências e Tecnologia (Debiotec) – Parasitologia, a iniciativa tem a colaboração da biomédica Jéssica Yonara de Souza, doutora em Medicina Tropical pela UFG, e de estudantes de graduação e pós-graduação.
Diante da alta prevalência da toxoplasmose no Brasil – segundo o Instituto Adolfo Lutz, uma a cada três pessoas no país é infectada pelo Toxoplasma gondii –, o projeto busca não apenas aprimorar o diagnóstico laboratorial, mas também promover a prevenção da transmissão transplacentária por meio da educação em saúde.
Para alcançar esse objetivo, é necessário um acompanhamento laboratorial durante todo o processo da gestação, visto que é por meio do diagnóstico precoce que um tratamento específico pode ser realizado para prevenir a transmissão do parasito para o feto. A partir de ações terciárias, é possível realizar um diagnóstico precoce dos recém-nascidos infectados, minimizando ou prevenindo sequelas.
Os pacientes são encaminhados tanto pelo serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da UFG, assim como de qualquer serviço do Sistema de Único de Saúde (SUS), para o Laboratório de Estudo da Relação Parasito Hospedeiro (Laerph), do Iptsp.
Em relação às expectativas dos impactos esperados na detecção e tratamento da doença, a professora Ana Maria de Castro relata: "Espera-se com este projeto oferecer um diagnóstico de qualidade aos pacientes do SUS, na confirmação da toxoplasmose gestacional e congênita, com a educação em saúde, contribuindo assim para o controle e profilaxia deste importante e grave problema de saúde pública em nosso estado".
O projeto também recebeu recursos de emenda parlamentar do deputado estadual Paulo Cezar Martins. A verba é usada para a compra de insumos para as rotinas laboratoriais.
Aspectos importantes da doença
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, cuja transmissão ocorre, principalmente, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados e mal-cozidos. Embora muitas pessoas não desenvolvam sintomas na fase inicial da infecção, a doença pode evoluir e causar complicações em determinados contextos.
Um desses casos é a toxoplasmose congênita, que ocorre quando o parasita é transmitido da mãe para o feto durante a gestação, via placenta. A infecção pode levar a desfechos graves, como aborto, parto prematuro e comprometimento da saúde e do desenvolvimento da criança. Embora alguns recém-nascidos não apresentem sintomas, sinais clínicos ou sequelas podem surgir com o tempo, incluindo alterações visuais, neurológicas, cognitivas, comportamentais e motoras.
A biomédica Jéssica Yonara de Souza faz um alerta importante sobre a doença: "Pessoas com o sistema imunológico saudável geralmente não apresentam sintomas da toxoplasmose ou podem manifestar apenas sinais leves, semelhantes aos de uma gripe comum, como febre, cansaço, dores no corpo, dor de cabeça e leve inchaço dos gânglios (linfonodos). Já indivíduos com a imunidade comprometida, como pacientes com HIV/Aids, em tratamento oncológico ou transplantados, podem desenvolver quadros mais graves, com sintomas como febre persistente, dor de cabeça intensa, confusão mental, falta de coordenação motora e até convulsões. Portanto, é importante ficar atento", explica.
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Fonte: Iptsp