
Arte drag como resistência e identidade
Videoclipe foi lançado como parte de pesquisa que explora expressão artística sob a perspectiva de gênero não binária
Da Redação
Uma pesquisa de mestrado em Artes da Cena na Universidade Federal de Goiás (UFG) utiliza a arte drag sob uma perspectiva de gênero não binária para promover reflexões críticas e representatividade. Desenvolvido pelo estudante Otair Flor da Silva Júnior, no Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Escola de Música e Artes Cênicas (Emac), o trabalho propõe a expressão artística drag queen como uma poderosa ferramenta expressiva e política.
Drag queen é uma pessoa que usa signos ligados ao feminino de forma artística, com o objetivo de entreter, provocar reflexões ou expressar identidade. A prática está ligada à cultura LGBTQIAPN+ e combina elementos de teatro, moda, música e humor.
Segundo a orientadora da pesquisa, a professora Natássia Garcia, o objetivo central da pesquisa é refletir criticamente sobre corpo, gênero e representatividade LGBTQIAPN+. Como parte prática desse processo artístico-acadêmico, Ottair está criando um álbum multimídia que consistirá em três músicas e três videoclipes.
A pesquisa ainda está em andamento, mas o primeiro videoclipe já está disponível: "Eu vou voltar", de Ottair em parceria com Yasmin Ribeiro, foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo da cidade de Professor Jamil (GO) e estreou recentemente, já alcançando 9 mil visualizações no YouTube e Instagram.
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Vivência pessoal
"A pesquisa parte de uma vivência pessoal tendo drag como ferramenta expressiva e política, propondo essa arte como plataforma de resistência e identidade", explica Natássia. O estudo se fundamenta em estudos teóricos, com destaque para a teoria queer e a contrassexualidade de Paul Preciado, adotando uma abordagem autoetnográfica e poética.
A pesquisa também discute a interseção entre videoclipe e videoarte, com o intuito de propor uma produção artística engajada e crítica voltada à comunidade queer. A produção prática da pesquisa está sendo realizada com poucos recursos, o que representa a realidade de artistas independentes que buscam romper com padrões estéticos e normativos.
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Fonte: Secom UFG
Categorias: música Arte e Cultura Emac Notícia 2