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Universidade Federal de Goiás
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Pesquisadores discutem cartografia como linguagem no ensino de Geografia

Em 25/08/25 10:56. Atualizada em 26/08/25 15:44.

Uso de mapas contribui para a capacidade de um indivíduo entender como a atividade humana transforma um espaço

 

cartografia freepik

Mapas são importantes estratégias para o ensino da Geografia (Imagem: Freepik)

 

Fernando Cardoso*

A teoria histórico-cultural de Vygotsky propõe que o desenvolvimento de um indivíduo se dá por sua interação com o ambiente social, histórico e cultural em que está inserido. Ou seja, o aprendizado se dá pela troca de experiências e conhecimentos entre indivíduos. Uma mesa-redonda realizada pelo Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (Iesa/UFG) na última sexta-feira (22/8) propôs essa discussão no ensino de Geografia. A discussão abordou de que forma os múltiplos modos de expressão e representação no ensino de Geografia se articulam com os fundamentos da teoria histórico-cultural de Vygotsky.

A mesa-redonda teve a participação da professora Flávia Gabriela Domingos Silva (Universidade Federal da Grande Dourados), da professora Loçandra Borges de Moraes (Universidade Estadual de Goiás) e do professor Matheus Marchesan Pires (Unioeste), com mediação do professor da UFG Denis Richter.

O principal foco foi na mediação semiótica – o conceito de que o aprendizado ocorre por meio da integração de linguagem, escrita, mapas, gráficos, entre outros. No contexto do ensino de Geografia, a mediação semiótica é aplicada especialmente ao se utilizar mapas em sala de aula, a linguagem cartográfica.

Segundo a professora Flávia Gabriela, "a cartografia é muito interessante do ponto de vista semiótico, porque ela conjuga em si a linguagem visual, a linguagem gráfica e a linguagem verbal, e ela comunica conhecimento sobre os espaços geográficos".

De acordo com a professora Loçandra Borges, o uso de mapas em sala de aula é essencial para desenvolver o pensamento geográfico – a capacidade crítica de um indivíduo entender como a atividade humana transforma um espaço e vice-versa, levando em conta a distribuição geográfica, ou seja, onde as coisas estão, por que estão e como interagem entre si.

Flávia complementou dizendo que o pensamento geográfico é uma cognição complexa que demanda a espacialidade do sujeito e habilidades de interpretação. Matheus Pires também mencionou a cartografia como um tipo de linguagem, junto com a linguagem gestual, musical, pictórica, fotográfica e cinematográfica. Ele também afirmou que mapas, como recursos visuais, são usados na Geografia para construir saberes, e que a Geografia é uma disciplina visual.

 

IESA cartografia evento

Evento discutiu papel da teoria histórico-cultural no ensino da Geografia (Foto: Fernando Cardoso)

 

Longo caminho

Loçandra, no entanto, argumentou que existe um longo caminho pela frente no campo da linguagem cartográfica. "Há muito tempo se fala nas pesquisas em cartografia que é preciso avançar e trabalhar a cartografia como uma linguagem. Essa linguagem tem um potencial muito grande para ensinar e aprender Geografia. Entretanto, já temos pelo menos 40 anos de pesquisa no campo da cartografia escolar e o problema persiste. O mapa continua sendo utilizado para localização, pouco além disso".

As pesquisadoras também destacaram a importância de trabalhar com diferentes tipos de mapas, como anamorfoses e mapas mentais, para além dos mapas convencionais, e de integrar a cartografia a outras linguagens, como o texto e a fotografia, para enriquecer a compreensão do espaço geográfico.

O evento foi parte do I Seminário Nacional de Pesquisadores de Ensino de Geografia e Teoria Histórico-Cultural (Senathgeo), organizado pelo Grupo de Pesquisa GeoPensar, do Iesa/UFG.

 

* Fernando Cardoso é estagiário do curso de Jornalismo da FIC/UFG, orientado pela jornalista Kharen Stecca.

 

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Fonte: Secom UFG

Categorias: educação Humanidades IESA Notícia 4