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Universidade Federal de Goiás
Musculação

Treinos intensos e anabolizantes aumentam risco de arritmia cardíaca, alerta especialista do HC-UFG

Em 12/11/25 08:59. Atualizada em 12/11/25 15:52.

Hábitos estão entre as principais causas de 400 mil mortes súbitas por ano; cardiologista recomenda precaução

 

Musculação
Não há dúvidas de que exercícios são benéficos à saúde, mas alta intensidade pode representar risco se não acompanhada | Foto: Victor Freitas

 

Thalízia Cruvinel

Um simples desmaio pode ser o primeiro sinal de uma arritmia cardíaca grave, problema responsável por até 400 mil mortes súbitas por ano no Brasil. Neste 12 de novembro, Dia Nacional de Prevenção de Arritmias e Morte Súbita, o cardiologista Aguinaldo Figueiredo Freitas Jr., chefe do serviço de cardiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), alerta: hábitos como o uso de anabolizantes, excesso de substâncias estimulantes chamadas de pré-treino e treinos intensos sem acompanhamento estão entre os principais gatilhos silenciosos.

"Arritmias cardíacas são alterações no ritmo dos batimentos do coração que se dividem em dois tipos principais: bradiarritmias, quando o coração bate muito devagar, e taquiarritmias, quando o coração bate muito rápido. É normal que a frequência cardíaca acelere durante esforços físicos ou emoções fortes, retornando ao normal depois. No entanto, na arritmia propriamente dita, os batimentos podem se elevar de forma significativa ou permanecer acelerados mesmo em repouso", esclarece o especialista.

Ainda de acordo com Aguinaldo, é crucial investigar sintomas específicos, pois algumas arritmias podem ser genéticas e não estão ligadas a fatores de risco tradicionais. "Sintomas como desmaios, palpitações e crises convulsivas acendem um sinal de alerta, pois há chances de serem arritmias cardíacas graves hereditárias", destaca.

MITOS E VERDADES

O número de mortes súbitas entre jovens tem subido – mito!
As arritmias podem causar morte súbita, que consiste no óbito inesperado em até uma hora após o início dos sintomas. Embora o infarto agudo do miocárdio seja a causa mais comum de morte em pessoas acima de 35 anos, a morte súbita pode atingir indivíduos de qualquer idade. Quando ocorrem com jovens e atletas, por exemplo, os casos costumam chamar a atenção da população e são destaques nas notícias e mídias sociais, dando a impressão de que estão ocorrendo com mais frequência.

Há formas de tentar prevenir a morte súbita – verdade!
A principal forma de prevenção está na adoção de um estilo de vida saudável. Entre os cuidados essenciais estão: praticar atividade física regularmente, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, evitar estimulantes com cafeína em altas doses, controlar doenças crônicas como hipertensão e diabetes, dormir bem e tratar a apneia do sono.

Treinos intensos aumentam os riscos da arritmia – verdade!
O médico ressalta que os exercícios físicos são benéficos, mas que treinos de alta intensidade sem acompanhamento podem representar riscos. "Algumas arritmias mais graves associadas a doenças cardíacas podem ser causadas por esforço físico", enfatiza.

Ainda segundo Aguinaldo, anabolizantes não devem ser utilizados. "Essas substâncias interferem no metabolismo e, inclusive, no sistema cardiovascular, podendo causar quadros de saúde graves como, por exemplo, insuficiência cardíaca.

Estimulantes muito utilizados como pré-treino também são prejudiciais. Já o consumo de suplementos deve ser orientado por profissionais especializados, com acompanhamento e sem ingestão indiscriminada", reforça o especialista.

Há diagnóstico e tratamento de arritmia no SUS – verdade!
A maioria dos exames para avaliação cardiológica está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio dos hospitais universitários. No HC-UFG, é possível realizar teste ergométrico, ecocardiograma e Holter. Já na atenção primária, exames básicos podem ser realizados, como é o caso do eletrocardiograma.

"É importante fazer consultas médicas periódicas e nós, profissionais de saúde, precisamos colaborar com os pacientes na prevenção, no diagnóstico e nos tratamentos adequados", conclui Aguinaldo.

 

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Fonte: Secom UFG

Categorias: saúde HC