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Universidade Federal de Goiás

Como assim: Espeleobiologia

Em 15/10/10 01:06. Atualizada em 21/08/14 11:45.

 

Gilmara Roberto

Entre as diversas áreas a que se dedicam os biólogos encontra-se a espeleobiologia, ciência que estuda a vida animal que se desenvolve em ambientes subterrâneos. A fauna desses ambientes possui hábitos noturnos, orientação locomotora predominantemente não visual e hábitos alimentares carnívoros e detritívoros (alimentam-se de restos de animais ou de vegetais), e se divide em: troglófilos (animais que podem ser encontrados em cavernas e no meio externo); trogloxenos (aqueles que se abrigam em cavernas, mas que saem para o ambiente externo para completar seu ciclo de vida); e troglóbios (aqueles que completam seu ciclo de vida exclusivamente em ambiente cavernícola). A professora Maria Elina Bichuette, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), explica como essa fauna se desenvolveu e sobrevive em cavernas.

 

Qual é o objeto de estudo da espeleobiologia?

A espeleobiologia estuda a diversidade ambiental encontrada em ambientes subterrâneos, como cavernas, principalmente. Consideramos as cavernas um pequeno pedaço de um ambiente muito maior formado por microespaços, e, às vezes, por condutos por onde passam rios que abrigam uma fauna. A espeleobiologia realiza, estudos de diversidade detalhados e faz inventários de populações.

Nossa preocupação é entender como essas populações se comportam ao longo de diferentes estações do ano – principalmente a seca e a chuvosa, como no Brasil. A fauna desses espaços é mais especializada, está isolada há mais tempo e sofre uma série de modificações importantes. Por isso, podemos testar modelos ecológicos e evolutivos. Trata-se de um ecossistema mais simplificado, o que nos permite obter uma série de modelos já existentes para estudar os organismos em ambiente superficial, de uma maneira mais direta e mais simplificada, e chegar a resultados interessantes.

 

Quais as características gerais dessa fauna?

Depende muito da região da caverna. A fauna e a flora do Brasil são ricas em diversidade. Entretanto, a diversidade da fauna e da flora provenientes de cavernas é bastante limitada. Para esses organismos tornarem-se isolados é necessário ter ocorrido uma série de mudanças ambientais climáticas. Nós não somos tão ricos nesse tipo de fauna porque as flutuações climáticas no Brasil, apesar de terem existido, não foram drásticas o suficiente para isolar uma fauna de forma e quantidade consideráveis. Essas variações climáticas influenciaram de formas distintas os diferentes grupos taxionômicos. Assim, nos peixes a cor costuma ser um pouco mais clara, ao contrário do que ocorre com a fauna terrestre.

Fonte: Ascom/UFG