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Universidade Federal de Goiás
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Especialização em Educação para o campo propõe ensino diferenciado para população rural

Em 01/12/10 09:47. Atualizada em 24/01/12 08:26.
Projeto de parceria entre UFG e Secretaria de Educação promove seleção de professores da educação rural que terão formação específica para aprendizagem de jovens e adultos

Por Kharen Stecca

O Mapa do Analfabetismo no Brasil, produzido com base nos dados do IBGE, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aponta que no meio rural brasileiro, a taxa de analfabetismo é três vezes superior à da população urbana: 28,7% e 9,5%, respectivamente, e a maior parte dos analfabetos são jovens e adultos. Com base nesses dados, professores da Faculdade de Educação submeteram à apreciação do Ministério da Educação o projeto de criação do curso de especialização em Educação para o campo com o objetivo de auxiliar na diminuição desses índices.


Segundo a coordenadora pedagógica do projeto, professora Mariana Cunha Pereira, a educação no campo, assim como para outros grupos específicos como os indígenas e quilombolas sempre foi deixada de lado pelo Estado. Somente com a aproximação de estudiosos e movimentos sociais começaram a surgir projetos para atendimento dessas demandas e assim surgiu a especialização, que deverá começar no início do próximo ano na UFG.


O projeto, coordenado pelo professor Francisco Hudson da Cunha Lustosa, deverá atender 105 professores de escolas localizadas no campo, dentro dos chamados territórios da cidadania. Esses territórios são, segundo Mariana, regiões definidas pelo governo federal, tendo como referência o baixo índice de desenvolvimento humano (IDH). Em Goiás, foram definidos três desses territórios, os quais deverão ser atendidos pelo projeto de especialização são o Vale do Rio Vermelho, Chapada dos Veadeiros e o Vale do Paranã. O apoio a essas regiões visa melhorar os índices, levando à população maior qualidade de vida.


A seleção dos professores que farão o curso está a cargo da Secretaria de Educação e deverá ser feita ainda este ano: “É a secretaria que pode definir quem são as pessoas que devem ser atingidas pela iniciativa, levando assim mais preparo e conhecimento para os professores que trabalharão diretamente com esses estudantes”, explica a professora. A professora orienta os professores das escolas rurais interessados em participar do curso, a buscar informações na Secretaria de Educação. O próprio projeto custeará as despesas com passagens, hospedagem e alimentação dos professores que participarem do curso. Para não prejudicar suas atividades regulares, o curso será realizado em quatro módulos durante os períodos de recesso escolar e em período integral.


Entre os conteúdos que terão prioridade estão: sustentabilidade, agricultura familiar, comércio e relações comerciais e economia solidária. “São conteúdos voltados para o cotidiano dessa população, que falam de seu modo de vida”, ressalta Mariana Pereira.

Fonte: ASCOM/UFG