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Universidade Federal de Goiás
Cavalo Carroceiro

Amor e cuidado com os cavalos que trabalham

Em 29/07/16 15:34. Atualizada em 02/08/16 14:27.

Projeto oferece atendimento veterinário gratuito para ajudar animais e proprietários que não podem pagar pelo serviço

Angélica Queiroz

 

Apesar de não ser recomendado o uso de cavalos para puxar carroças de cargas ou pessoas, isso ainda é uma prática comum nas grandes cidades e, muitas vezes, por falta de recursos ou de informação dos proprietários, os equinos acabam doentes. Visando minimizar o sofrimento desses animais e orientar os que precisam deles como meio de vida, professores e alunos do curso de Medicina Veterinária da UFG desenvolvem, no Hospital Veterinário, o projeto de extensão Cavalo Carroceiro, que oferece atendimento veterinário gratuito aos animais daqueles que não têm condições de pagar por esse tipo de serviço.

A professora da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG (EVZ), Luciana Brandstetter, é a idealizadora do projeto, que já funciona na UFG há seis anos. Apaixonada por cavalos desde a infância, a professora conta que a ideia surgiu do amor pelos animais e da vontade de ajudar as pessoas que precisam deles para trabalhar e não têm condições financeiras ou conhecimento para lidar com as necessidades dos cavalos. “O projeto não visa julgar o proprietário, visa orientar dentro das possibilidades de cada um e minimizar o sofrimento do animal. A intenção é a de que eles se sintam à vontade para nos procurar porque queremos ajudar os cavalos”, explica.

Apesar do nome, o projeto social não atende apenas cavalos carroceiros, mas também os animais da EVZ e aqueles que são utilizados para serviços como equoterapia, desde que os proprietários realmente não tenham condições financeiras de arcar com consultas, exames e medicamentos. Qualquer trabalhador que preencha esse requisito pode agendar uma consulta pessoalmente ou pelo telefone do projeto. Eventualmente, quando há disponibilidade de transporte da Universidade para a equipe, podem ser feitos atendimentos em outros locais, mas o ideal é que os proprietários tragam os animais ao Hospital Veterinário.

 

Estudantes que fazem treinamento no Hospital Veterinário também auxiliam no cuidado com os cavalos

Estudantes que fazem treinamento no Hospital Veterinário também auxiliam no cuidado com os cavalos

 

Alunos e residentes se empenham no trabalho

Cerca de dez alunos do curso de Medicina Veterinária participam diretamente do projeto, de forma voluntária. Mas, segundo a professora responsável, outros professores e alunos que fazem treinamento no Hospital Veterinário também contribuem bastante para os atendimentos. Luciana Brandstetter destaca, no entanto, que os animais não são cobaias. “Os estudantes são o carro-chefe do projeto, mas os animais são atendidos por uma equipe profissional do Hospital, a mesma que realiza os atendimentos pagos”, elucida.

Um dos estudantes responsáveis pelo Cavalo Carroceiro, Artur Amorim, destaca que, com o empenho de toda equipe envolvida, o projeto vem ganhando força e atenção tanto do público-alvo, os carroceiros, quanto de empresas e indústrias, que já têm procurado a EVZ para parcerias, doando medicamentos e outros produtos. “Acho que falo por todos da equipe, quando digo do prazer e a gratidão de fazermos parte do projeto Cavalo Carroceiro”, se orgulha.

O mais curioso desse trabalho, segundo o estudante,  é a relação de alguns proprietários com seus animais que, em muitos casos, é uma relação de amor, ao contrário do que muitos pensam. “Eles amam, choram e realmente se preocupam com eles. O que muitos enxergam como maus-tratos, muitas vezes, não são resultados de atos cruéis, mas sim, da falta de informação, educação e poder aquisitivo para proporcionar saúde e bem-estar a esses cavalos. Sinto-me feliz ao promover essa mudança na vida do proprietário e do seu animal”, afirma o estudante.

 

Alunos voluntários do curso de Medicina Veterinária participam do projeto

Alunos voluntários do curso de Medicina Veterinária participam do projeto

 

Doações

Ainda em fase de estruturação, o Cavalo Carroceiro precisa de doações. Segundo Artur Amorim, fechar parcerias com empresas é um desafio que aumenta no atual cenário econômico,  mas à medida que a visibilidade do projeto cresce, ele ganha mais apoio. Além de empresas, qualquer pessoa pode fazer uma doação para o projeto, que será revertida em compra de medicamentos, alimentos e material de trabalho.

 

Hospital Veterinário da UFG - Rodovia Goiânia, km 8, s/n - Câmpus Samambaia, Goiânia.

Telefone: (62) 3521-1649.

E-mail: <cavalocarroceiroevzufg@gmail.com>.

 

Algumas dicas simples podem evitar problemas com cavalos que precisam trabalhar. Confira algumas das orientações do projeto Cavalo Carroceiro para o cuidado com esses animais:

  • Água fresca e limpa à vontade;

  • Evitar grandes jornadas de trabalho;

  • Alimentação balanceada, com capim de boa qualidade ou ração; e

  • Usar ferraduras adequadas para os animais que trabalham no asfalto.

 

Categorias: extensão Edição 81