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Universidade Federal de Goiás
OpenZika

Projeto Open Zika apresenta primeiros resultados

Em 23/03/17 09:24. Atualizada em 31/03/17 10:40.

Estudo já identificou possíveis compostos para o desenvolver medicamento contra o vírus Zika

 Open Zika

 

Vinícius Paiva

Transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o vírus Zika surgiu em 1947, na Uganda, mas seu surto no Brasil se deu em 2015, quando foi descoberta a ligação do vírus com a microcefalia e com a síndrome de Guillain-Barré, que afeta o sistema nervoso humano. Pensando na necessidade do desenvolvimento de um medicamento antiviral eficaz no tratamento das pessoas infectadas pelo vírus, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a World Community Grid (WCG), da International Bussines Machines (IBM) dos Estados Unidos, e com as universidades americanas Rutgers University, University of California at San Diego e com a Collaborations Pharmaceuticals, Inc., iniciou, em março de 2016, o projeto OpenZika, com o objetivo de identificar substâncias com potencial para tratar o vírus Zika em pessoas infectadas. Nove meses após o início do projeto, os primeiros resultados já podem ser visualizados com a seleção de 14 possíveis compostos que possuem chances de serem utilizados na formulação de um medicamento antiviral.

De uma lista inicial contendo aproximadamente 7,6 mil compostos, dentre eles fármacos já aprovados para uso em humanos pela Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, além daqueles aprovados pela União Europeia e pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, cinco compostos foram selecionados e já estão em fases de testes in vitro na University of California San Diego (UCSD). Além disso, após uma nova leva de pesquisas com 260 compostos adicionais que passaram por uma triagem maior e mais diversa, foram encontrados mais nove compostos, encaminhados para a UCSD.


Repercussão
O projeto ganhou vários artigos em websites e revistas, como por exemplo, o site da Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo. Além disso, outras parcerias surgiram, especialmente na captação de recursos. Recentemente foi criada uma loja virtual na Zazzle com a logo do OpenZika, e 10% do lucro obtido nas vendas será destinado ao projeto. No entanto, até o momento, o projeto não conta com auxílio financeiro de nenhuma instituição brasileira ou do exterior. Os pesquisadores têm utilizado recursos de outros projetos para avançar na busca de um medicamento contra o vírus Zika.


Sobre o Projeto
O OpenZika procura substâncias candidatas a um medicamento que possa tratar as pessoas infectadas pelo vírus Zika. Mas para que um medicamento seja desenvolvido, os pesquisadores do projeto precisam descobrir um composto que seja eficaz em interferir nas proteínas-chave que, provavelmente, o vírus usa para sobreviver e se espalhar pelo corpo humano. Cada composto tem sua eficácia testada a partir de experimentos chamados de triagem virtual, por meio de “cálculos de docagem molecular” que são realizados nos computadores e dispositivos Android de voluntários da WCG. Esses cálculos estão ajudando a equipe de pesquisa a priorizar os compostos mais prováveis que podem levar a um medicamento antiviral.

 

Qualquer pessoa pode ser um voluntário e ajudar na pesquisa, basta se cadastrar no site do WCG.

Categorias: Pesquisa Edição 86