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Universidade Federal de Goiás
Projeto Pata

Amor animal cura solidão humana

Em 28/07/17 11:10.

Estudantes da UFG treinam animais resgatados da rua para participar de ações terapêuticas em asilo de Goiânia

Projeto Pata

Texto: Vinícius Paiva

Fotos: Vinícius Paiva/ Lucas Lima/ Letícia Camargo

Fortalecer o quadro emocional, ajudar no desenvolvimento físico e proporcionar contentamento e satisfação mental aos idosos. Esses são alguns dos objetivos do Projeto Alegria Terapia Animal (Pata), viabilizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Três estudantes são as responsáveis pelas visitas mensais ao Asilo Solar Apóstolo Tomé no Setor FinSocial de Goiânia para a realização da zooterapia – tratamento baseado na interação entre animais e humanos – para a melhoria da saúde e do bem-estar dos 33 idosos que moram no local, a exemplo da nova vivência do Seu João. “É ruim quando a gente fica sozinho aqui, né!? Quando o pessoal do projeto vem é uma festa, eu fico alegre e me sinto bem”.

O método foi criado na Bélgica, no final do século XIX, quando médicos notaram que pacientes com algum tipo de deficiência mental se socializavam melhor a partir do convívio com animais. Na terapia, o bichinho passa de um simples animal para uma verdadeira companhia, tornando-se um mediador no tratamento, ajudando a resgatar a afetividade, principalmente em grupos com restrição de comunicação. Mas essa relação deve ser interativa. Faz-se necessário brincar, passear, pegar o bicho no colo, entre outras ações, para que os benefícios se tornem constatáveis na saúde do paciente.

Projeto Pata

Seu João

Os pets participantes foram selecionados por adestradores especialistas em comportamento animal, profissionais aptos para identificar se determinado bicho apresenta perfil ideal para ser um pet-terapeuta. Viviane Henrique, uma das idealizadoras da ação, explica: “É feita uma avaliação comportamental minuciosa na seleção e, posteriormente, inicia-se o trabalho de adestramento para que eles possam colaborar nos exercícios que fazemos no asilo”.

Os animais ficam no ambiente por um tempo limitado, que foi definido com base em pesquisas veterinárias que mostram o tempo  médio que os animais devem permanecer em determinado local sem que sofram em demasia com os efeitos do estresse. Além disso, os animais possuem acompanhamento veterinário constante, para monitoramento de doenças e da condição física. Quanto aos idosos, são realizadas atividades que estimulam o físico e o psicológico, como jogos de adivinhação para exercício da memória, atividades com bola, fotografia, maquiagens e rodas de música.

Projeto Pata

Abandonar mata, acolher salva

Conforme a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 30 milhões de animais estão abandonados no Brasil, sendo 20 milhões de cachorros e 10 milhões de gatos. Segundo Rosane Almeida, integrante do Pata, Goiânia não possui amparo governamental para fomentar a castração e potencializar projetos contra o abandono de animais domésticos, o que revela um grande problema de saúde pública e bem-estar animal. “Para ressaltar a necessidade da adoção, utilizamos no projeto animais sem raça definida, que foram acolhidos das ruas”, conclui.

Lupe, o cãozinho do projeto, faz sucesso no asilo. Ele foi jogado para fora de casa quando tinha apenas  um ano e foi resgatado pela ONG Vida Lata. Após passar um tempo em um lar temporário, Lupe foi adotado pela sua atual família, e hoje brinca, ganha petiscos e carinho dos idosos. Já Madonna, a gatinha, também salva das ruas anteriormente, é muito amada e se sente em casa enquanto está no asilo. Ela proporciona momentos de afeto e amor aos velhinhos e em troca, recebe muitos abraços e aconchego. Uma relação mútua de amigos que se cuidam.

Voluntários

O Pata ainda não possui apoio financeiro. Para se voluntariar, o pré-requisito principal é o amor. “Temos uma carência muito grande de voluntários na área de Fisioterapia, Fotografia e Musicoterapia, mas não é necessário ser estudante ou profissional para se voluntariar. Também não é necessário se encaixar em uma das áreas específicas, o mais importante é a disposição”, afirma Beatriz Silva. Os voluntários podem acompanhar as visitas à Casa de Repouso e se envolver nas atividades realizadas. Os interessados em participar devem procurar as redes sociais do projeto para obter mais informações.

Box Pata

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Fonte: Ascom UFG

Categorias: Extensão Edição 89