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Universidade Federal de Goiás
forense

UFG desenvolve nova técnica que agiliza investigação forense

Em 28/07/17 12:06. Atualizada em 28/07/17 13:14.

Pesquisadores desenvolveram sensor portátil para identificar o tempo de morte de cadáveres

Texto: Luciana Gomides

Foto: Divulgação

Descobrir o tempo de morte de um cadáver pode ser a chave para solucionar diversos crimes, mas nem sempre o diagnóstico é fácil, podendo exigir do perito criminal o uso de equipamentos dispendiosos e de difícil transporte. Estudos da Universidade Federal de Goiás (UFG) podem deixar esse trabalho mais fácil. Pesquisadores desenvolveram sensores descartáveis para estimar o intervalo decorrido entre a morte do indivíduo e o exame cadavérico. O diagnóstico é feito a partir de uma substância encontrada no olho humano e já pode ser realizado na cena do crime. 

O dispositivo miniaturizado, portátil, fabricado em folha de papel, é capaz de dosar os níveis de ferro em amostras de uma substância gelatinosa encontrada entre o cristalino e a retina dos olhos dos cadáveres. Como o intervalo post-mortem (IPM) é diretamente proporcional à concentração de ferro, ao medir a concentração dessa substância no olho, o dispositivo fornece resposta imediata do tempo decorrido do óbito.

O estudo foi desenvolvido no Instituto de Química da UFG, pelo doutorando Paulo de Tarso Garcia, sob a orientação do professor Wendell Coltro, em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioanalítica e a Universidade Estadual de Campinas. Para medir o nível de ferro encontrado na substância gelatinosa, os pesquisadores desenvolveram processos bioquímicos em função de uma coloração alaranjada, de forma que quanto mais intensa a cor apresentada no sensor, maior é o tempo decorrido do falecimento.

Segundo Wendell Coltro, o grupo criou até mesmo uma escala, similar a um gradiente de cores, que facilita trabalho dos peritos. "Esses recursos, além de rápidos, simples e de baixo custo, permitem que o dispositivo possa ser utilizado sem necessidade de treinamento técnico", explica. O professor explica ainda que, atualmente, o grupo está trabalhando alguns ajustes que permitirão uma resposta precisa de intervalos post-mortem inferior a 24 horas. Eles também estão concluindo o depósito de uma patente e estabelecendo uma parceria com o Instituto Médico Legal da Polícia Civil de Goiás.

Investigação Forense

 

Fonte: Ascom UFG

Categorias: pesquisa Edição 89