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Universidade Federal de Goiás
Papo Musical

PAPO MUSICAL

Em 02/05/22 12:24. Atualizada em 02/05/22 12:27.

Dia do Choro: uma homenagem à data de nascimento de Pixinguinha 

Gyovana Carneiro*

DIA NACIONAL DO CHORO
Foto: Reprodução

 

Desde o ano 2000 esse estilo musical passou a ser celebrado em 23 de abril. Isso porque se acreditava que seria a data de aniversário do Compositor emblemático da música popular brasileira, Alfredo da Rocha Vianna Filho, mais conhecido como Pixinguinha (1897-1973), um dos precursores do choro.

Pesquisas recentes comprovaram que Pixinguinha nasceu em quatro de maio, a data comemorativa, no entanto, continua sendo 23 de abril.

 Há intensos debates sobre a natureza e a origem do choro. Alguns estudiosos do assunto discutem se o choro seria apenas um estilo de tocar ou um gênero musical próprio.

Chorinho – Candido Portinari, 1942

 

O pesquisador Alexandre Pinto, autor do livro Choro – Reminiscências dos Chorões Antigos:

“considera o choro uma forma de tocar diferentes gêneros musicais, inclusive de outros países”.

Já para outros pesquisadores, o choro é o primeiro estilo de música urbana do país, criado ainda no século 19.

O choro, ou chorinho, como é conhecido, é marcado por renomados nomes na história da música do Brasil, como: Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935),  Antônio Calado (1848 – 1880),  Anacleto de Medeiros(1866 – 1907), Jacob do Bandolim(1847 – 1935), Pixinguinha dentre outros.

Pixinguinha
por Amarildo –  chargista e editor de ilustração do Jornal Gazeta de Vitória

 

Porem, o compositor que carrega a homenagem do dia nacional do choro é Pixinguinha.

 “Pixinguinha” foi resultado do apelido colocado por sua avó Edwiges, africana de nascimento e derivado do dialeto natal: “Pizindin” que quer dizer, menino bomque depois virou Pixinguinha.

As primeiras lições de flauta foram dadas pelo pai, Alfredo da Rocha Vianna, Aos oito anos quando a família foi morar em um casarão, na Rua Vista Alegre, logo apelidado de “Pensão Viana”, pois estava sempre cheio de gente.

Com 12 anos Pixinguinha já dominava os conhecimentos de teoria musical. Nessa época, tocava flauta, cavaquinho e bandolim, mas sonhava com uma clarineta de sons agudos.

Na década de 40, Pixinguinha trocou a flauta pelo saxofone e se interessou pelo jazz. Tornou-se amigo de Louis Armstrong sem deixar de ser o senhor absoluto das rodas de choro.

Pixinguinha e Louis Armstrong 

 

Pixinguinha, que não foi só “chorão” teve uma movimentada e eclética carreira musical.  Em 1962, teve como parceiro Vinicius de Moraes na trilha sonora do filme “Sol Sobre a Lama”. 

Pixinguinha e Vinicius de Moraes

 

Segundo o Jornalista Lúcio Rangel:

“Em todas as suas manifestações de arte, Pixinguinha revela-se admirável, o que nos leva a afirmar, com toda a serenidade, estamos diante do maior músico popular que já tivemos em todas as épocas”.

Lamentavelmente, em 1964, sofreu um infarto. Curiosamente, enquanto esteve internado compôs vinte músicas, uma por dia, entre elas, as valsas: Solidão, Mais Quinze dias e No Elevador.

Pixinguinha disse:

“Hoje só quero saber de sossego e de viver em paz com todo mundo. Tenho medo que a morte me apanhe de surpresa

Pixinguinha

 

Pixinguinha faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de fevereiro de 1973, mas sua obra o mantem vivo.

O autor da música “Carinhoso”, em parceria com João de Barro, considerada nosso  “segundo hino nacional”, é uma das canções mais lembradas pelos brasileiros.

Escrita por volta de 1917, segundo Pixinguinha“Carinhoso era uma polca lenta. Naquele tempo, tudo era polca. O andamento era esse de hoje. Por isso, eu chamei de polca-lenta ou polca vagarosa. Depois, passei a chamar de choro”.

Ouviremos “carinhoso”  interpretado pelo violonista Yamandú Costa (1980) em gravação de 2013. No vídeo o publico é quem canta o “segundo hino brasileiro”.

Observe a sintonia entre estrutura musical e narrativa poética. Não foi ao acaso a escolha de Pixinguinha como o representante da data comemorativa do dia Nacional do Choro.

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*Gyovana Carneiro é professora da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás

O Jornal UFG não endossa as opiniões dos artigos e colunas, de inteira responsabilidade de seus autores.

Fonte: Secom UFG

Categorias: colunistas Papo Musical Emac