Exposição na BC promove artesanato de bambu em Goiás
Fotografias emolduradas com peças de bambu ganham significado artístico
Texto: Lucas Yuji*
Foto: Guilherme Oliveira*
Entra na última semana a exposição "ArteBambuFoto, é arte de pintar sem pincéis", que apresenta fotografias de Giovanni Seabra e trabalhos artesanais feitos em bambu. O objetivo é valorizar e fortalecer a produção da comunidade local que atua em conjunto com a Rede Bambu Goiás.
As obras ficam expostas no hall de entrada da Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Campus Samambaia, até o dia 21 de dezembro, e buscam ser um atrativo nos corredores do local ao fomentar o interesse pela arte manual do bambu.
Exposição nasceu da proposta dos artesãos da Rede Bambu Goiás, que produzem produtos com a matéria-prima
O evento nasceu da vontade dos artesãos de juntar as peças de cozinhas feitas de bambu com a fotografia para alcançar mais pessoas e redimensionar a compreensão e a utilidade das produções. Talheres emolduram as obras, que retratam alimentos e bebidas na busca pela valorização da arte feita à mão, dando uma nova cara ao que convencionalmente não é visto com tanta importância, como a moldura.
Em conjunto com as fotografias, a exposição busca trazer novos olhares e formas de encarar o bambu, expor as obras visuais em conjunto com as molduras e promover os itens de cozinha que são feitos com o propósito de serem comercializados em feiras realizadas em várias partes de Goiânia.
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"ArteBambuFoto, é arte de pintar sem pincéis" está exposta no hall de entrada da Biblioteca Central da UFG
Exposição inventiva
O fotógrafo responsável pelas obras visuais expostas, Giovanni Seabra, comenta que conheceu o projeto por meio de uma das várias feiras realizadas na cidade e, após um contato inicial, foram dados os primeiros passos na concepção da exposição.
Especializado em fotografias gastronômicas, Giovanni enxerga as peças expostas em conjunto com as molduras como algo bastante inventivo. "Ambos são parte de um produto final que é exposto. Eu acho bastante interessante a proposta do pessoal da Rede Bambu, o trabalho do artesão com seu produto natural junto com a fotografia casou bem, e o trabalho ficou lindo".
Fotógrafo Giovanni Seabra destaca inventividade da exposição ao unir as imagens com as molduras em bambu
Cadeia produtiva
O coordenador da Rede Bambu Goiás, professor Rogério Almeida, destaca a importância da realização do evento na UFG. Coordenador do projeto há dez anos, Rogério explica que a Rede Bambu é uma iniciativa que nasceu dentro da Universidade e que a maioria dos pesquisadores também é da instituição. Entretanto, a rede é aberta à comunidade, sendo atualmente formada por produtores rurais, estudantes e demais pessoas interessadas.
O professor explica que, entre as atuações da Rede Bambu, está a estruturação de uma cadeia produtiva deste produto no estado de Goiás. "Nós fazemos oficinas de artesanato, ensinamos a produzir mudas, a cultivar. Temos interesse de divulgar tudo o que se refere a bambu. E, com parcerias, vamos envolvendo cada vez mais pessoas e levando o bambu para a sociedade", pontua.
Outra importante dimensão do projeto é a comercialização dos produtos confeccionados. O professor destaca a importância das oficinas e da profissionalização desta arte. "Algumas pessoas fazem disso um negócio, mas o mais difícil na verdade é vender". A Rede Bambu capacita os artesãos e, por meio de seus membros, também administra a venda dos produtos nas feiras e eventos, tendo entre os objetivos o de fomentar o artesanato no estado.
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Exposição mostra como fotografias em conjunto com molduras em bambu podem ser alçadas à categoria de arte
Caráter ecológico
O organizador da exposição, Stephan Posh, chama a atenção para a matéria-prima justamente pelo caráter ecológico da planta. "O bambu é uma planta gramínea. Ela é sustentável porque é grama e não uma árvore. O alto crescimento e o sequestro de carbono é altíssimo e isso é importante". Para ele, divulgar o bambu em Goiás é importante porque o mercado ainda é pouco desenvolvido no estado.
Stephan explica que é fundamental ter espaços como a Biblioteca Central da UFG para divulgar a iniciativa. Ele ressalta os dez anos de atuação da rede como um processo positivo de constante construção, mas que almeja romper ainda mais barreiras. "Parece que dez anos é muito tempo, mas em relação ao bambu é muito pouco, porque ele precisa de um certo tempo para crescer, além de quebrar paradigmas junto às pessoas, pois ainda tem muitos que enxergam o bambu como uma praga", conclui.
A exposição realizada na biblioteca conta com o suporte do Sistema Integrado e Bibliotecas (Sibi) da UFG na divulgação e recepção de projetos. A diretora do Sibi, Adriana Ribeiro, enfatiza a diversidade de públicos que passam pelo local, sendo um dos melhores lugares da Universidade em termos de visibilidade, tanto por ser um espaço aberto ao público como pelo alcance virtual, por meio da divulgação nas redes sociais.
* Estagiário supervisionado por Carolina Melo (Secom) e orientado por Mariza Fernandes (FIC).
Fonte: Secom UFG
Categorias: Arte e Cultura SIBI