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Universidade Federal de Goiás
Seminário Corpo Consumo

Pessoas transexuais compartilham dificuldades no acesso ao ensino superior

Em 23/01/24 16:49. Atualizada em 26/01/24 19:34.

Debate foi realizado durante o 2º Seminário de Corpo, Cultura e Consumo

Texto: Jayme Leno
Fotos: Júlia Barros

Como parte da programação do 2º Seminário de Corpo, Cultura e Consumo, a Universidade Federal de Goiás (UFG) promoveu, na última segunda-feira (22/1), o debate com o tema "O acesso de pessoas trans e travestis ao ensino superior". O evento é uma realização do Grupo de Pesquisa Corpo Cultura e Consumo, com o apoio da Faculdade de Comunicação e Informação (FIC) e do Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual, da Faculdade de Artes Visuais (FAV).

Durante a discussão, foi ressaltada a relevância da política de cotas como ferramenta para equilibrar numericamente as oportunidades educacionais para grupos historicamente sub-representados. Participantes do debate expressaram a necessidade de criar cotas específicas para pessoas transgênero, visando superar barreiras de acesso ao ensino superior. Além disso, destacaram a importância de implementar políticas de permanência e assistência.

Luda Bulhões, egressa da UFG, compartilhou suas experiências durante a graduação como mulher trans, enfatizando as dificuldades enfrentadas até a sua formatura. "Como uma aluna pode se dedicar aos estudos se não se sente acolhida?". Esse foi o principal questionamento levantado por ela. Ela contou que, durante sua passagem pela Universidade, um dos principais fatores de desconforto era ser chamada pelo nome morto.

 

Leia também: Seminário traz discussão sobre o universo das travestis para a UFG

 

Seminário Corpo Consumo

Participantes compartilharam suas experiências relacionadas ao acesso e à permanência no ensino superior

 

Desamparo

Outros pontos levantados durante o debate incluíram a insegurança no uso dos banheiros, a falta de assistência social considerando as frágeis condições familiares de algumas pessoas trans e o desamparo em relação à saúde mental e física, o que leva muitas delas a enfrentarem situações precárias nas ruas por falta de oportunidades.

Mel Peixoto, uma pessoa agênero, ativista dos direitos LGBTQIAP+, abordou o binarismo masculino/feminino imposto pela sociedade, destacando a necessidade de se respeitar a pluralidade de identidades de gênero.

O debate enfatizou ainda a importância da participação ativa de pessoas cisgêneras na luta por mudanças e igualdade. Luda alertou que o estado de Goiás é líder em casos de violência contra pessoas trans e também no consumo de pornografia envolvendo essa comunidade, ressaltando a necessidade urgente de se repensar a forma como esses corpos são percebidos e os espaços que ocupam.

Fonte: Secom UFG

Categorias: Inclusão Humanidades Fic fav