Texto e foto: Jayme Leno

A inclusão é um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Com o objetivo de promover e aprofundar essa discussão, a Faculdade de Educação Física e Dança (Fefd) da Universidade Federal de Goiás (UFG) sedia o Projeto Viva das Diferenças: arte, cultura, esporte, lazer e cidadania. O evento, que teve início na última terça-feira (23/1), é patrocinado pela Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul).

A abertura do evento contou com a presença de representantes da Fefd e os parceiros da Agetul, da Associação Paralímpica do Estado de Goiás (Aspaego) e do Grupo de Dança Diversus. Na cerimônia foram elucidadas as colaborações que o grupo conquistou com esses apoiadores e a importância delas no dia a dia dos participantes do projeto.

Em um ambiente acolhedor e acessível, o evento contou com recursos para atender todas as necessidades. Ao iniciar a fala, todos os participantes fizeram sua autodescrição, além de contarem com um intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Em suas falas, os representantes afirmaram que a inclusão não pode se limitar apenas às áreas artística e de entretenimento, mas também desempenha um papel vital na construção de uma cidadania forte e participativa. Ao garantir que todos os membros da sociedade tenham voz e representação, criam-se comunidades mais resilientes e capazes de enfrentar os desafios coletivos.

As atividades do projeto seguem até sexta-feira (26/1), quando ocorrerá um festival paralímpico. A participação é gratuita, com inscrições efetuadas no momento do evento. No último dia de programação, 1,5 mil crianças de escolas públicas de Goiânia participarão do festival.

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Cerimônia de abertura do Projeto Viva as Diferenças, na Faculdade de Educação Física e Dança da UFG

Mesa-redonda

A inclusão na arte e na cultura não reflete apenas a riqueza das experiências humanas, mas também desafia estereótipos e promove a aceitação. Ao abrir espaço para artistas de diversas origens, etnias, gêneros e habilidades, as expressões culturais tornam-se um espelho mais fiel da complexidade da sociedade. A arte inclusiva inspira empatia, desafia preconceitos e proporciona um terreno fértil para o diálogo intercultural.

Nesse sentido, logo após a abertura do evento, foi realizada uma mesa-redonda intitulada "Deficiência em Cena: acessibilidade, inclusão e diferença", para colocar em diálogo experiências e vivências nos campos acadêmico e artístico dessa inclusão – ou da falta dela.

A mesa contou com a participação da professora Ana Carolina Bezerra Teixeira, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), autora do livro Deficiência em Cena, e do professor Carlos Alberto Ferreira, das Universidades Federais do Acre (Ufac) e do Sergipe (UFS). A mediação foi da professora da UFG Marlini Dorneles.

Ana Carolina contou como foi sua experiência no âmbito artístico com as limitações de movimento e o preconceito que sofreu em sua jornada. Segundo ela, devemos pensar, sem romantização, que a deficiência faz parte da nossa sociedade e que acessibilidade vai além dela. "Vivemos em um país totalmente excludente, onde, para além dos nossos problemas, o maior é o racismo e o preconceito", disse.

Em sua fala, Carlos Alberto afirmou que devemos ter consciência das limitações, porém ele provocou os participantes a pensarem em como podemos contornar essas limitações para incluir todos na sociedade. Como produtor e professor de teatro, ele falou de sua vivência em trabalhos com pessoas com deficiência em cena e em produção, revelando que, através de oportunidades, os resultados são extremamente positivos.